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Agência Correio
Publicado em 16 de setembro de 2025 às 06:00
Há quem sonhe em superar a morte e viver para sempre, mas a ciência mostra que existe um limite inevitável. Mesmo com hábitos saudáveis e avanços médicos, o corpo humano parece ter uma barreira invisível. >
Idosos
Pesquisadores analisaram milhares de pessoas em diferentes países e encontraram um padrão intrigante: por mais que cuidemos da saúde, o organismo perde algo essencial com o passar do tempo.>
Essa descoberta coloca em xeque os planos mais ambiciosos do Vale do Silício, que busca “hackear” o envelhecimento. Afinal, o que é que impede o corpo de seguir em frente para sempre?>
Não são apenas doenças como câncer, diabetes ou problemas cardíacos que limitam nossa existência. Segundo cientistas, o corpo sofre uma perda gradual de uma função vital, algo que já foi muito forte na juventude.>
Essa função é o que nos permite voltar ao estado de saúde plena após uma queda, uma gripe ou qualquer outro revés. Mas, com a idade, a recuperação já não é a mesma — e o organismo nunca retorna totalmente ao que era.>
Com o tempo, essas pequenas perdas se acumulam e vão reduzindo cada vez mais nossa capacidade de resistência. É como se a barra de energia de um jogo fosse encolhendo a cada fase, mesmo quando parece cheia.>
Pesquisadores da empresa Gero, em parceria com universidades, analisaram duas variáveis cruciais: a contagem de células sanguíneas e o número de passos dados diariamente por pessoas de várias idades.>
Surpreendentemente, esses dois fatores — tão diferentes entre si — mostraram a mesma curva: quedas periódicas na saúde que já não eram compensadas pelo corpo. O resultado foi um mapa claro do envelhecimento.>
“Concluímos que a criticidade que resulta no fim da vida é uma propriedade biológica intrínseca”, escreveram os autores. Ou seja, trata-se de um limite natural que nenhum estilo de vida parece conseguir evitar.>
Foi a partir desse rastreamento que os cientistas calcularam o ponto em que o corpo já não consegue mais se recuperar. O número surpreende: entre 120 e 150 anos de vida, a resiliência chega ao colapso.>
Esse limite mostra que, sem intervenções radicais como a substituição de órgãos ou terapias futuristas, não há como ultrapassá-lo. Mesmo os mais disciplinados prolongadores de vida enfrentam a mesma barreira.>
E a ciência já encontrou uma prova real disso: Jeanne Calment, a francesa que morreu aos 122 anos, segue como exemplo do quanto podemos viver — e também daquilo que nunca conseguiremos superar.>