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Fernanda Varela
Publicado em 25 de agosto de 2025 às 05:30
Abandonado ainda com poucas horas de vida dentro de uma caçamba de entulho, Alex Araújo teve um começo improvável. Seu choro frágil foi ouvido por um segurança, que o resgatou e o entregou a uma família disposta a adotá-lo, dando-lhe uma segunda chance. Criado em uma casa simples, com quatro irmãos e poucos recursos, Alex cresceu cercado de amor e princípios que moldariam sua trajetória. “Prefiro pensar que fui escolhido pelos meus pais adotivos”, diz ele em entrevista à Forbes.>
Alex Araújo
A infância foi marcada por dificuldades também na escola. Visitas semanais à diretoria e notas baixas não impediram que ele aprendesse lições importantes. A virada aconteceu com a morte do pai, logo após o ensino médio. “Meu pai sempre foi a minha inspiração e eu nem sempre consegui corresponder ao esforço que ele fazia por mim, então me senti em dívida com ele e quis provar que poderia ser uma pessoa melhor”, lembra.>
Aos 18 anos, já casado e pai, Alex enfrentava contas atrasadas e escolhas difíceis. Começou trabalhando na instalação de postes de energia e depois se destacou em uma empresa de sucos, onde sua proatividade chamou atenção. Organizando até produtos que não eram da marca, conquistou promoções e clientes importantes. Esse talento abriu portas no antigo Banespa, onde, mesmo sem experiência em bancos, aceitou o desafio de abrir 30 contas por mês. No primeiro dia, trouxe mil. Foi contratado como gerente e, em seis anos, eleito o melhor do país.>
O sucesso, porém, trouxe lições duras. Comprou uma choperia que faliu, deixando apenas R$ 1,45 no caixa. A reação da esposa transformou o momento em aprendizado: “Ela disse: ‘Que ótimo, pelo menos temos R$ 1,45’. Compramos macarrão, alho e um suco em pó. Foi um dos jantares mais felizes da minha vida”, lembra. De volta ao mercado, tornou-se sócio de uma empresa de saúde corporativa, trouxe clientes como Bayer e fez o faturamento crescer 600% em um ano.>
Hoje, Alex é fundador e CEO da 4Life Prime, com faturamento de R$ 216 milhões. Mas, para ele, a maior conquista não está nos números: “Quando olho para meu filho e vejo que ele não precisou passar por nenhuma situação que eu passei, sei que fiz tudo o que precisava”, conclui.>