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Agência Correio
Publicado em 14 de novembro de 2025 às 20:02
Com o envelhecimento, o simples ato de engolir pode se tornar mais difícil e representar um risco à saúde. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), cerca de 25% dos idosos saudáveis e independentes já apresentam algum grau de alteração na deglutição. Em instituições de longa permanência, o número é ainda maior: estudos apontam que a dificuldade de engolir atinge entre 5,4% e 83,7% dos residentes.>
Engasgo em idosos pode ser perigoso
A perda natural de massa muscular, chamada sarcopenia, afeta não apenas os braços e pernas, mas também os músculos da mastigação, da língua e da garganta. Com isso, o reflexo da tosse e a sensibilidade na região da laringe e da faringe diminuem, o que aumenta o risco de engasgos.>
“Engasgar com mais frequência não é apenas um sinal da idade, mas um alerta para mudanças fisiológicas que exigem atenção e prevenção. Identificar precocemente os sintomas da disfagia e buscar orientação profissional pode fazer toda a diferença”, explica a fonoaudióloga Joseane Bouzon.>
Além do desconforto momentâneo, os engasgos frequentes podem causar complicações sérias, como a pneumonia aspirativa, infecção provocada pela entrada de partículas de alimentos ou saliva nos pulmões. O medo de se engasgar também pode levar à redução da ingestão de alimentos, gerando perda de peso, desnutrição e até isolamento social.>
Idosos devem praticar atividades físicas para evitar perda muscular; academia ajuda
Para reduzir os riscos, os especialistas recomendam medidas simples: manter uma boa postura ao se alimentar, mastigar devagar, evitar falar durante as refeições e adaptar a textura dos alimentos, optando por versões mais macias quando necessário. Sessões com fonoaudiólogos especializados em disfagia também ajudam a fortalecer os músculos da deglutição e a reeducar os movimentos de engolir.>
“Engasgos frequentes merecem investigação. A atenção precoce e o acompanhamento fonoaudiológico são fundamentais para preservar a saúde, o prazer de comer e, principalmente, a qualidade de vida do idoso”, completa Joseane.>