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Entenda o que é a síndrome de Sjögren, diagnóstico de Fernanda Keulla

Condição autoimune pouco conhecida faz com que o corpo ataque as suas próprias glândulas

  • Foto do(a) author(a) Elis Freire
  • Elis Freire

Publicado em 10 de julho de 2025 às 23:00

Doença faz o corpo atacar as próprias glândulas do corpo
Doença faz o corpo atacar as próprias glândulas do corpo Crédito: Shutterstock

Fernanda Keulla, campeã do Big Brother Brasil 2013, revelou recentemente que recebeu o diagnóstico de uma condição autoimune pouco conhecida: a síndrome de Sjögren. A ex-BBB compartilhou que passou boa parte da vida sentindo dores e lidando com internações constantes, sem entender exatamente o que acontecia com seu corpo. Durante esse tempo, chegou a ouvir críticas e comentários que colocavam em dúvida sua força e comprometimento: “Você não termina nada que começa”, “vai se benzer”, “você não se concentra”, contou ela.

O diagnóstico veio após uma longa jornada médica e trouxe alívio, mas também a necessidade de adaptação para lidar com a doença crônica autoimune que faz com que o sistema imunológico do corpo ataque as próprias glândulas que produzem lágrimas, saliva e outras secreções essenciais. Ao CORREIO, a médica reumatologista Carla Baleeiro explicou os principais aspectos da condição e os impactos que ela pode causar na rotina e na saúde geral dos pacientes.

Diagnóstico de doença autoimune por Shutterstock

O que é a síndrome de Sjögren e como se manifesta?

De acordo com a médica reumatologista, a síndrome de Sjögren é uma doença inflamatória crônica que atinge principalmente as glândulas exócrinas — como as lacrimais e as salivares — provocando secura nos olhos (xeroftalmia) e na boca (xerostomia). Os pacientes costumam relatar "sensação de areia nos olhos, vermelhidão, ardência, visão turva e dificuldade para engolir alimentos mais secos”, afirma Carla. Também são comuns, segundo ela, dores articulares, fadiga intensa, inflamação nas glândulas parótidas e até secura vaginal e nas vias aéreas, podendo provocar tosse seca ou rouquidão.

Como a doença afeta o dia a dia?

Baleeira explica que quem recebe esse diagnóstico precisa fazer ajustes na rotina para lidar com a secura e a fadiga. É comum o uso diário de lágrimas artificiais, lubrificantes orais, cuidados dentários reforçados, aumento na ingestão de líquidos e até o uso de umidificadores de ar no ambiente. “Manter uma alimentação equilibrada, com poucos ultraprocessados, e praticar exercícios regularmente também ajudam a manter a qualidade de vida”, destaca a reumatologista. Segundo a especialista, em casos de fadiga intensa, é comum que o paciente precise reorganizar sua vida profissional.

A síndrome tem cura?

A síndrome de Sjögren não tem cura, mas é possível controlá-la. Segundo Carla Baleeiro, o foco do tratamento é aliviar os sintomas, prevenir complicações e tratar eventuais manifestações sistêmicas. “Utilizamos colírios lubrificantes, saliva artificial e, em quadros mais graves, medicamentos imunossupressores”, explica, ressaltando que o acompanhamento deve ser contínuo e feito com uma equipe multidisciplinar.

Embora muitos pacientes convivam com a forma mais leve da doença — chamada de síndrome SICCA —, a médica alerta que a síndrome de Sjögren pode se tornar sistêmica. Isso significa que pode afetar rins, pulmões, fígado e o sistema nervoso. “Há também um risco aumentado de desenvolver linfoma não-Hodgkin e outras complicações como anemia, leucopenia e plaquetopenia”, afirma Carla.

Como melhorar a qualidade de vida?

Além dos cuidados médicos e da adaptação da rotina, ações simples que podem fazer diferença no bem-estar de quem convive com a síndrome de Sjögren foram listadas pela profissional. Entre elas estão: evitar ambientes secos, cigarro, álcool e cafeína; manter boa higiene bucal; praticar exercícios físicos e buscar apoio emocional. “O estresse pode piorar os sintomas, então, gerenciar as emoções e, se possível, participar de grupos de apoio também ajuda muito”, orienta.