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Está sempre com fome? Pode ser diabetes. Veja os sinais de que você está com açúcar alto

Fome constante pode indicar desequilíbrios na insulina e na glicemia

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 06:32

Entenda por que a falta ou a má ação da insulina faz a fome aumentar
Entenda por que a falta ou a má ação da insulina faz a fome aumentar Crédito: Freepik

Se a fome aparece minutos depois de comer e volta o dia inteiro, o corpo pode estar tentando avisar algo. Para quem convive com diabetes, essa sensação quase permanente costuma ter uma explicação.

O organismo depende da insulina para usar a energia dos alimentos. Quando esse processo falha, a fome surge como um alerta; e entender porque ajuda a controlar o sintoma.

Ensopado de paleta bovina com legumes e grãos (Imagem: BBA Photography | Shutterstock) por Imagem: BBA Photography | Shutterstock

A hiperfagia, ou fome excessiva, é um dos sinais clássicos do diabetes. E, apesar de parecer apenas exagero do apetite, revela uma dinâmica complexa envolvendo glicose, hormônios e metabolismo.

“Ninguém dorme não-diabético e acorda diabético. Então, a gente tem um período e esse período vai variar de pessoa para pessoa, mas quando a gente faz um diagnóstico de diabetes, isso significa que há uns cinco anos antes a função da minha célula beta, que é a célula que produz insulina, já não está respondendo normal”, diz a endocrinologista Denise Denise Franco, endocrinologista e especialista em tecnologia no tratamento do diabetes, membro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Quando a insulina não age como deveria

A fome constante é chamada de polifagia ou hiperfagia. Ela acontece quando o corpo pede alimento mesmo após refeições completas. Isso ocorre porque a insulina, responsável por levar a glicose para dentro das células, não funciona bem no diabetes.

Sem insulina suficiente, ou quando ela não age corretamente, a glicose circula no sangue, mas não entra nas células para virar energia. O organismo entende essa falha como falta de combustível e envia o comando para comer mais, gerando episódios repetidos de fome.

Esse mecanismo aparece tanto no diabetes tipo 1, em que o corpo não produz insulina, quanto no tipo 2, quando há resistência ao hormônio. Em ambos os casos, o cérebro interpreta o déficit energético como urgência alimentar, mesmo com a glicose alta.

Hiperglicemia, hipoglicemia e o ciclo da fome

Na hiperglicemia, o açúcar no sangue fica elevado porque a insulina não consegue transportar a glicose para as células. Assim, o corpo segue pedindo comida, mas nada resolve. A pessoa come mais, a glicemia sobe ainda mais e o ciclo continua.

Mas a fome também surge quando o açúcar está baixo. Na hipoglicemia, o corpo libera hormônios do estresse para tentar equilibrar a glicose. Esse processo causa tremores, ansiedade, dor de cabeça e uma vontade imediata de comer para corrigir o quadro.

Testar a glicemia é a única forma de saber o que está acontecendo. Reconhecer sinais ajuda, mas o monitoramento mostra se a fome vem de picos ou quedas de açúcar e orienta a melhor resposta em cada situação.

Como a glicose controla sua saciedade

A glicose é o combustível básico do corpo. Depois de comer, ela entra no sangue e deveria ser conduzida às células pela insulina. Quando isso não acontece, o organismo segue em “modo de alerta”, pedindo comida para suprir a energia que não chega.

Isso explica por que muitos diabéticos sentem fome mesmo após comer. As células continuam sem energia, e o cérebro interpreta isso como necessidade de mais alimento. Muitas vezes, a fome noturna aparece justamente por esse desequilíbrio.

Entender essa relação ajuda a identificar quando o sinal é do estômago e quando é do metabolismo. A fome, nesse caso, não é sobre vontade de comer, mas sobre falta de energia utilizável.

Estratégias para controlar a fome

Controlar a glicemia é o caminho mais eficaz para reduzir a fome. Uma dieta com fibras, proteínas, gorduras boas e refeições regulares ajuda a manter a energia constante e evitar picos e quedas de açúcar no sangue.

O exercício físico melhora a ação da insulina por horas após a atividade, o que facilita o transporte da glicose para as células. Com isso, a saciedade dura mais tempo e os episódios de fome diminuem.

Dormir bem e cuidar do bem-estar mental também influencia. Estresse e cansaço alteram hormônios ligados à fome, facilitando desejos por doces e carboidratos.

Quando buscar ajuda e revisar a insulina

Mesmo com mudanças na rotina, nem sempre o corpo responde como esperado. Ajustes de medicação, especialmente da insulina, podem ser necessários para estabilizar a glicemia e reduzir a fome constante.

Monitorar a glicemia ao longo do dia é fundamental. Quando a fome aparece com frequência, vale verificar o nível de açúcar no sangue antes de comer. Isso ajuda a entender se o corpo precisa de comida, de insulina ou de ajuste na rotina.

Com acompanhamento médico, é possível identificar a causa da hiperfagia, ajustar tratamentos e recuperar o equilíbrio. A fome, então, deixa de ser um incômodo constante e passa a ser um sinal compreendido e tratado.