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Ex-Globo, atriz trans fala sobre preconceito e insinuações sobre prostituição

'Insinuações de que cheguei onde estou por ‘outros meios’", lamentou

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Fernanda Varela

Publicado em 14 de maio de 2025 às 08:31

Thalita Zampirolli
Thalita Zampirolli Crédito: Reprodução

A atriz Thalita Zampirolli, que está prestes a completar 36 anos, falou sobre o preconceito por ser uma mulher trans. Ela viveu a personagem Suzy na novela A Força do Querer, da Globo.

Morando nos Estados Unidos atualmente, ela decidiu empreender e, hoje, comanda dois espaços de beleza, um em Boston e outro em Miami, e é sócia de uma academia. “Ser uma pessoa trans e bem-sucedida, infelizmente, ainda incomoda muita gente. Vivemos em uma sociedade que historicamente marginalizou pessoas trans e não espera que estejamos em posições de liderança, destaque ou prosperidade. Quando rompemos essas barreiras, nosso sucesso muitas vezes é questionado, desvalorizado ou até tratado como algo suspeito”, diz.

Segundo Thalita, os comentários preconceituosos que já ouviu variam entre insinuações e tentativas de deslegitimar sua competência. “Desde insinuações de que cheguei onde estou por ‘outros meios’ até questionamentos sobre minha capacidade, como se minha identidade de gênero anulasse minha competência. Mas sigo transformando esses ataques em combustível para abrir mais portas para outras pessoas trans.”

Ela se mudou para os EUA após uma viagem e decidiu empreender no setor de beleza. “Me apaixonei por esse lugar, vim passear e resolvi mudar de vez. É um país de business, de oportunidades. Não me faltaram oportunidades no Brasil, mas eu sempre quis conhecer a cultura americana e abrir uma empresa aqui”, conta.

A empresária também planeja expandir os negócios e vê sua trajetória como parte de uma conquista coletiva. “Sou uma mulher empreendedora, sempre tive a visão de crescimento. O sucesso de uma pessoa trans não deveria incomodar: ele deveria ser celebrado como sinal de avanço coletivo.”

Thalita destaca a realidade enfrentada por pessoas trans no Brasil, que têm expectativa de vida de cerca de 35 anos, segundo a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). “Durante muito tempo, a ideia de envelhecer parecia um privilégio distante. Chegar aos 36 anos, com saúde, conquistas e orgulho de quem eu sou, é um ato de resistência”, afirma.

“Não tenho medo de envelhecer — tenho medo é de viver em uma sociedade que ainda tenta limitar quem podemos ser. Quero envelhecer com dignidade, com liberdade e cercada de amor. Isso, sim, é o verdadeiro sonho.”