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Fernanda Varela
Publicado em 30 de setembro de 2025 às 19:00
Durante quase duas décadas, o professor e ex-pastor evangélico Sergio Viula, 56 anos, defendeu e praticou a chamada “cura gay” dentro da igreja. Ele acreditava que sua própria homossexualidade havia sido “transformada” após a conversão ao evangelismo ainda na adolescência. Casou-se com uma mulher, teve dois filhos e passou a dar testemunhos sobre sua suposta mudança. As informações são do UOL.>
Sergio Viula pregava pela 'cura gay'
Sergio cresceu em ambiente religioso, batizado e com primeira comunhão feita, mas desde cedo ouviu que relações entre homens eram pecado. Aos 15 anos, influenciado por colegas evangélicos no trabalho, migrou para o meio neopentecostal, onde encontrou um discurso mais direto do que o da missa católica. A homossexualidade, para a igreja, era algo a ser abandonado, e ele passou a acreditar que a fé poderia suprir suas dúvidas.>
A virada aconteceu no início dos anos 2000, durante uma viagem de trabalho para Singapura. Lá, Sergio se envolveu com um homem e voltou com a sensação de que a “bolha” em que vivia havia sido rompida. Um ano depois, contou o caso à esposa. A crise resultou em separação temporária, reconciliação e, por fim, na decisão de deixar o casamento e a igreja.>
Ele passou a se declarar publicamente gay, abandonou o ministério e iniciou um processo de denúncia contra práticas de conversão sexual. Criou um blog e começou a escrever sobre o tema, alertando para os riscos da chamada “cura gay”, que considera uma violência contra pessoas vulneráveis.>
“Não sinto culpa porque estava reproduzindo uma coisa na qual eu acreditei veementemente. Fui uma vítima do sistema e reproduzi o sistema. Mas, se tem uma coisa que eu posso dizer, é a seguinte: a cura gay é mentira. E eu fui besta de acreditar e reproduzir”, afirmou.>