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Agência Correio
Publicado em 13 de novembro de 2025 às 17:00
O fisiculturismo é um esporte que impressiona por transformar o corpo em uma verdadeira escultura viva, mas também envolve práticas que exigem extrema cautela. >
Atletas que buscam músculos definidos, baixo percentual de gordura e estética impecável enfrentam rotinas intensas que vão muito além dos treinos comuns — e os efeitos dessa busca têm despertado cada vez mais o interesse de médicos e pesquisadores. >
Fisiculturismo
Mais do que a simples vontade de aumentar o tamanho dos músculos ou conquistar um abdômen marcado, o fisiculturismo competitivo exige uma disciplina rigorosa. São horas de treino por dia, alimentação controlada e, em alguns casos, o uso de substâncias hormonais e anabolizantes. >
Apesar da popularidade crescente, é essencial compreender os riscos do esporte para que o ideal de força e beleza não se transforme em ameaça à saúde.>
No universo do fisiculturismo, a preparação costuma ser dividida em duas etapas principais: a fase de aumento de massa muscular, conhecida como “bulking”, e a fase de definição corporal, chamada de “cutting”. >
Segundo a CNN Brasil, na fase de bulking o atleta consome mais calorias e foca na hipertrofia muscular. Já na fase de cutting, reduz drasticamente carboidratos e gorduras para realçar os músculos e manter a massa magra.>
Essa combinação de treinos intensos com dietas extremamente controladas pode levar à exaustão física e mental, causar deficiências nutricionais e até alterar o equilíbrio hormonal. Também é comum que o corpo sofra com perda de imunidade e queda de desempenho quando a rotina não é acompanhada por profissionais de saúde.>
Outro ponto de atenção está no uso de esteroides anabolizantes e hormônios para fins estéticos ou de desempenho — uma prática perigosa e sem indicação médica. >
De acordo com especialistas citados pela CNN Brasil, o uso dessas substâncias pode aumentar o colesterol ruim, reduzir o colesterol bom, causar espessamento do músculo cardíaco e elevar o risco de infarto, acidente vascular cerebral e até morte súbita, mesmo entre jovens aparentemente saudáveis.>
Além disso, a restrição severa de alimentos e as técnicas de desidratação utilizadas antes das competições, com o objetivo de realçar a definição muscular, podem provocar desequilíbrios de eletrólitos, arritmias e sobrecarga nos rins. Esses efeitos combinados tornam o fisiculturismo um esporte que exige acompanhamento médico constante para garantir segurança a quem o pratica.>
Um estudo citado pela CNN Brasil revelou que atletas profissionais de fisiculturismo apresentam um risco cerca de cinco vezes maior de morte súbita em comparação com praticantes amadores. A pesquisa acompanhou mais de 20 mil competidores da Federação Internacional de Fisiculturismo e Fitness (IFBB) entre 2005 e 2020, com um acompanhamento médio de oito anos.>
Os pesquisadores concluíram que o excesso de treinos, dietas rígidas e o uso de substâncias hormonais podem sobrecarregar o coração, causar arritmias e modificar sua estrutura. >
O impacto psicológico também é significativo: a pressão por resultados rápidos e o medo de perder a forma ideal podem gerar ansiedade, compulsões e distúrbios da imagem corporal. Por isso, o suporte médico, nutricional e psicológico é essencial para manter o equilíbrio entre estética e saúde.>