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Galã de 'Vale Tudo' revela como superou doença de pele após separação dos pais: 'Ficava envergonhado'

No ar como Ivan em Vale Tudo, ator relembra traumas da adolescência e destaca luta por representatividade

  • Foto do(a) author(a) Ana Beatriz Sousa
  • Ana Beatriz Sousa

Publicado em 5 de agosto de 2025 às 12:57

Renato Góes
Renato Góes Crédito: Reprodução

Renato Góes, atualmente no ar como Ivan Meireles no remake de Vale Tudo, abriu o jogo sobre episódios marcantes de sua vida pessoal e profissional. Em entrevista à edição de agosto da GQ Brasil, o ator de 38 anos relembrou os desafios emocionais vividos durante a infância e adolescência, o diagnóstico de vitiligo e os preconceitos enfrentados ao deixar Recife rumo ao Rio de Janeiro para seguir o sonho de atuar.

Aos 7 anos, viu os pais se separarem. Com 12, passou a sentir os efeitos emocionais dessa separação. A ansiedade se agravava diante das mudanças escolares, da pressão da puberdade e de um mal-estar silencioso. Foi nesse contexto que ele notou uma pequena mancha na coxa. O diagnóstico médico viria logo: vitiligo, condição autoimune que provoca a perda de pigmentação da pele, muitas vezes, associada a traumas emocionais.

"Foi bem no momento em que voltei a desfilar", lembra Góes. “Eu ficava envergonhado. Na escola, ia só de calça. Na praia, de bermuda."

O impacto psicológico foi profundo. O ator revelou ter sofrido pesadelos constantes, nos quais imaginava a mancha se espalhando por todo o rosto. Toda manhã, se olhava no espelho à procura de novas marcas. A doença se tornou um medo constante, até que ele decidiu enfrentá-la com apoio psicológico: “Bruscamente, a mancha diminuiu e hoje é muito pequena”, contou o ator. 

Góes encara essa trajetória como um símbolo de resiliência, não só contra a doença, mas também frente aos obstáculos que encontraria no caminho profissional. Desde a infância, desfilava a pedido da mãe. Já adolescente, mergulhou no teatro e em campanhas publicitárias. Mas aos 19, ao se mudar para o Rio com o sonho de conquistar espaço na televisão, se viu diante de um mercado que não o recebia de braços abertos.

Sem esconder seu sotaque e nem moldar sua personalidade, encontrou resistência. Ouviu que era “imaturo” e que deveria voltar para casa. Viu colegas abandonarem os sonhos: “Decidi não desistir. Ao contrário, me fortaleci e amadureci nesse processo”.

undefined por Reprodução/Redes Sociais

De papéis pequenos em novelas, chegou ao protagonismo na primeira fase de Velho Chico (2016), deu vida a José Leôncio jovem em Pantanal (2022) e agora assume um dos personagens mais complexos da dramaturgia brasileira: Ivan, que originalmente foi interpretado por Antonio Fagundes.

O papel exigiu mergulho emocional e entrega, não só por seu histórico, mas também pelas nuances de personalidade que carrega. Góes diz que o personagem o fez refletir sobre escolhas, paternidade e prioridades: “O Ivan trouxe isso para minha vida, esse entendimento sobre as nossas escolhas".

Ele também resistiu a uma pressão silenciosa do meio: neutralizar sua origem. Escolheu manter o sotaque nordestino em rede nacional, uma decisão com peso político e simbólico.

“O sotaque nordestino parece não ter liberdade para invadir o Brasil, chegar ao topo, e precisa derrubar as barreiras. A cada vez, provar que está ali. Usá-lo não é só uma reparação histórica, mas também a construção de uma nova história de país.”

Além da carreira sólida, Renato celebra a vida pessoal ao lado da esposa, a apresentadora Thaila Ayala, e dos dois filhos do casal. Entre gravações, paternidade e novas conquistas, o ator carrega uma lição valiosa: “Escolhi viver com verdade. Isso me fortaleceu como homem, pai e artista.”