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Gigante capaz de abastecer o mundo sozinho por 250 anos fica no Brasil; saiba onde ele fica

Descubra a maior reserva de água doce do planeta, essencial para a segurança hídrica global

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 9 de setembro de 2025 às 18:45

Conheça o Aquífero Grande Amazônia, um patrimônio brasileiro que guarda água para séculos.
Conheça o Aquífero Grande Amazônia, um patrimônio brasileiro que guarda água para séculos. Crédito: Pexels

No coração da Amazônia brasileira, esconde-se um verdadeiro tesouro: o Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA), também conhecido como Aquífero Alter do Chão, a maior reserva de água doce subterrânea do planeta.

Com um volume tão expressivo, ele possui a capacidade de abastecer toda a população mundial por impressionantes 250 anos, tornando-se um recurso de valor inestimável para o futuro da humanidade e para o equilíbrio ecológico.

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Esta formação ancestral, com mais de 100 milhões de anos, abrange uma vasta área que se estende por estados do norte do Brasil, desempenhando um papel crucial na segurança hídrica e ambiental.

O gigante oculto da amazônia

O SAGA se estende por Acre, Amazonas, Pará e Amapá, cobrindo uma área que supera 1.300.000 km². Desse total, mais de 75% da sua extensão fica em território nacional, garantindo sua predominância aqui.

Esta vasta reserva subterrânea alimenta os rios e sustenta a vida em toda a América do Sul. Assim, ele equilibra o ecossistema global, mostrando sua importância estratégica para o planeta.

Conhecido tanto como SAGA quanto Aquífero Alter do Chão, este manancial é o maior de água doce subterrânea já identificado. Sua descoberta inicial aconteceu em Alter do Chão, no Pará, cercada por praias de rio.

A região amazônica, onde o aquífero está localizado, concentra ao menos 50% de toda a água doce disponível no Brasil. Contudo, ela abriga apenas 5% da população nacional, gerando um contraste notável.

A formação do SAGA data de um período entre o Quaternário e o Cretáceo, marcando as bacias que compõem a paisagem hidrográfica do norte brasileiro, conforme estudos sobre sua geologia e composição.

Este sistema hidrogeológico complexo integra zonas livres e confinadas, formando uma rede subterrânea dinâmica. Consequentemente, sua estrutura permite a movimentação e armazenamento de grandes volumes de água.

Um oceano de água doce subterrâneo

As reservas estimadas do SAGA somam cerca de 162.520 km³, um volume colossal que reforça sua capacidade de abastecer o mundo por séculos. De fato, é uma proporção impressionante de água potável.

Sua extensão e potencial hidrológico o assemelham a um verdadeiro "oceano subterrâneo". Inclusive, ele corre junto ao rio Hamza, um curso invisível que flui a quatro mil metros abaixo da superfície.

Formado entre o Quaternário e o Cretáceo, o SAGA é uma estrutura geológica antiga. Ele desbanca até mesmo outros grandes aquíferos do mundo em termos de volume e alcance geográfico:

O Aquífero Guarani, antes considerado o maior do mundo, possui um volume estimado de 39.000 km³, bem inferior ao SAGA.

No norte africano, o Aquífero de Nubian Sandstone, também um dos maiores, não alcança o SAGA, somando cerca de 150.000 km³.

Portanto, o SAGA se estabelece firmemente como a maior reserva de água doce de que se tem conhecimento até hoje. Ele supera outros gigantes, consolidando-se como um recurso único e fundamental.

A Província Hidrogeológica Amazônica, da qual o SAGA faz parte, é a maior do Brasil. Mesmo assim, sua vastidão ainda é pouco estudada e utilizada em termos de suas reservas subterrâneas.

Patrimônio estratégico e subutilizado

O SAGA representa um recurso geoestratégico fundamental para o Brasil e a Amazônia, e sua importância crescerá com as crises climáticas. Ele se torna um patrimônio cada vez mais valioso.

Apesar de sua magnitude, o SAGA hoje é utilizado apenas em certas regiões do vale amazônico, servindo pequenas populações locais. Por essa razão, frequentemente recebe o título de "subutilizado".

Iniciativas já estudaram a possibilidade de usar o aquífero para abastecer regiões áridas e semiáridas do Nordeste brasileiro, ou impulsionar a produção agrícola e agropecuária da região.

Entretanto, a complexidade técnica das obras de infraestrutura necessárias para desviar seu curso representa um desafio considerável. Este fator impede, por ora, sua utilização em larga escala.

A relevância do SAGA para a segurança hídrica e ambiental de toda a América do Sul é inegável, especialmente em um cenário global de escassez e mudanças climáticas.

O ciclo da água na amazônia

Escondido no interior do norte brasileiro, o SAGA é abastecido principalmente pelas chuvas, seguindo um ciclo hidrológico similar ao do rio Hamza. A água da chuva é essencial para sua recarga.

Seu ciclo hidrológico se conecta de forma intrínseca com toda a dinâmica amazônica. Desse modo, ele gera até 84% de todos os recursos hídricos dos rios, alimentando diretamente suas nascentes.

Este sistema complexo e vital demonstra a profunda interligação entre as reservas subterrâneas e a superfície. Assim, o aquífero sustenta a biodiversidade e a umidade da floresta tropical.

Sem dúvidas, o SAGA é um gigante silencioso que oferece um futuro promissor para a segurança hídrica global. Sua proteção e estudo aprofundado são essenciais para as próximas gerações do nosso planeta.