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Homem preso por homicídio há 28 anos é absolvido após 'vítima' aparecer em audiência: 'Só me mudei'

Como não manteve contato com a família, os parentes acreditaram nas informações de que ele teria sido assassinado.

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Fernanda Varela

Publicado em 14 de outubro de 2025 às 14:59

TJ-AL
TJ-AL Crédito: Reprodução

Um caso que começou em 1997 e parecia esquecido no tempo teve um desfecho surpreendente em Maceió. O juiz José Eduardo Nobre, da 8ª Vara Criminal da Capital, absolveu um homem acusado de homicídio depois que a suposta vítima, dada como morta há quase três décadas, apareceu viva em audiência. A decisão foi proferida na última sexta-feira (26).

Enterro por Shutterstock

O réu havia sido denunciado em 1998 pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL), acusado de assassinar Marcelo Lopes da Silva durante uma emboscada na saída de uma danceteria no bairro do Tabuleiro, em Maceió. A investigação se baseava em um corpo encontrado na época e identificado como sendo da vítima, com direito a laudo cadavérico e reconhecimento feito por um irmão de Marcelo a partir de fotos do IML.

O caso começou a mudar quando o acusado foi preso em agosto deste ano e, durante audiência de custódia, afirmou que a suposta vítima estava viva. A informação parecia improvável, mas diligências em bancos de dados confirmaram: Marcelo realmente estava vivo.

Em setembro, o homem que todos acreditavam estar morto compareceu à audiência de instrução e explicou o que aconteceu. Ele contou que, em 1997, havia se mudado para Pernambuco, onde passou a morar com uma irmã e trabalhar no corte de cana. Como não manteve contato com a família, os parentes acreditaram nas informações de que ele teria sido assassinado.

Marcelo afirmou ainda que, ao retornar a Maceió, chegou a ir até uma delegacia para esclarecer o engano, mas a informação nunca foi anexada ao processo judicial. Desde então, a ação ficou parada por anos, e só foi retomada em 2025, quando o réu foi finalmente localizado.

Diante das novas provas, o juiz decidiu pela absolvição sumária do acusado, com concordância do Ministério Público.

“Verifica-se que não há prova da materialidade do crime de homicídio, uma vez que a suposta vítima encontra-se viva. Resta, portanto, evidente que o laudo de exame cadavérico padece de erro grave, ao ter atestado a morte de outra pessoa como se fosse a vítima”, registrou o magistrado na decisão.

Com isso, chega ao fim um dos processos mais bizarros da Justiça alagoana, um caso que, quase trinta anos depois, provou que o suposto crime nunca aconteceu.