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Morre Lô Borges, compositor-chave do Clube da Esquina, aos 73 anos

Músico mineiro, que inspirou gerações da MPB, faleceu em Belo Horizonte após internação por intoxicação medicamentosa

  • Foto do(a) author(a) Heider Sacramento
  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Heider Sacramento

  • Estadão

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 10:10

Lô Borges está internado há 4 dias
Lô Borges  Crédito: João Diniz / Divulgação

O Brasil perdeu nesta segunda-feira (3) um dos seus talentos mais inventivos. O cantor e compositor Lô Borges, de 73 anos, morreu em Belo Horizonte, conforme confirmado por familiares e pelo hospital onde estava internado.

Internado desde meados de outubro por culpa de uma intoxicação medicamentosa, Lô enfrentou graves complicações até que teve falência múltipla de órgãos.

Lô Borges por Reprodução

Natural de Belo Horizonte, Salomão Borges Filho construiu uma carreira singular. Ainda jovem, virou peça-chave no movimento Clube da Esquina, que mesclava música mineira, rock, jazz e poesia. Em 1972, co-assinou o álbum clássico Clube da Esquina, ao lado de Milton Nascimento, Beto Guedes, Fernando Brant e Márcio Borges, um dos marcos da música brasileira

Seus discos solos também marcaram época, o álbum de estreia ainda é chamado de “disco do tênis” e traz composições como “Paisagem da Janela”, “O Trem Azul” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, hoje imortalizadas no repertório da MPB.

Mesmo nas últimas décadas, quando muitos autores reduziram o ritmo, Lô seguiu ativo e criativo. Entre 2019 e 2024 lançou vários álbuns inéditos que reafirmaram seu lugar como referência para músicos jovens e veteranos.

Mineiro e sexto de 11 irmãos, Lô cresceu em um lar musical e começou no violão influenciado pela bossa nova e, depois, pelos Beatles, formando ainda garoto a banda The Bevers. A parceria com o irmão Márcio Borges e com Milton Nascimento marcaria sua trajetória: juntos criaram o Clube da Esquina, gravado em 1972, um dos álbuns mais importantes da MPB, que misturou rock, jazz, samba e influências mineiras.

O sucesso levou Lô ao primeiro disco solo, conhecido como disco do tênis (1972), inicialmente experimental e depois cultuado. Ao longo das décadas, lançou obras como A Via Láctea (1979), Nuvem Cigana (1982), Sonho Real (1984) e Meu Filme (1996), com participações de nomes como Caetano Veloso. Em 2016, uniu-se a Samuel Rosa no álbum ao vivo Samuel Rosa & Lô Borges, com o sucesso Dois Rios.

Nos últimos anos, viveu fase prolífica, lançando um disco inédito por ano entre 2019 e 2024, além de um trabalho recente com Zeca Baleiro, Céu de Giz (2025). Para Lô, compor era “ato cotidiano” e “alimento espiritual”.

Lô Borges deixa um legado musical irreversível, cuja influência ultrapassa gerações e estilos. A cena cultural brasileira perde uma voz que unia tradição e ousadia com elegância.

Tags:

Morte Luto lô Borges