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Agência Correio
Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 18:00
Você consegue imaginar cinco mil pessoas dividindo um espaço menor que o Parque Ibirapuera? Essa era a realidade sufocante de Hashima no ano de 1959, quando o local fervilhava de atividade. >
Apesar da superlotação, o destino da ilha foi o abandono total em menos de duas décadas. Atualmente, o território é um deserto de escombros onde apenas o vento sopra entre os apartamentos vazios.>
Nagasaki Hashima, no Japão
Tudo começou quando geólogos encontraram uma vasta reserva de carvão sob as águas profundas. A gigante Mitsubishi assumiu o controle da área para explorar esse combustível essencial para a indústria.>
Dessa forma, a ilha atraiu milhares de famílias em busca de oportunidades econômicas. O carvão ditava o ritmo da economia e garantia a sobrevivência de todos naquela pequena rocha.>
A necessidade de espaço forçou a construção de edifícios altos e extremamente próximos. Por causa do visual robusto, os observadores logo passaram a chamar a ilha de Gunkanjima, ou Ilha do Encouraçado.>
A paisagem era marcada pela total ausência de árvores ou vegetação natural. Além disso, cada metro quadrado era aproveitado para hospitais, escolas e áreas sociais para os mineradores.>
Infelizmente, a trajetória de Hashima também é marcada por episódios terríveis de trabalho escravo. Durante o conflito mundial, estrangeiros foram forçados a trabalhar nas minas em situações degradantes e fatais.>
Muitos apelidaram o território de Ilha do Inferno devido ao isolamento e ao sofrimento. A hierarquia social também era cruel, empurrando os menos experientes para as áreas mais inseguras dos prédios.>
A prosperidade da mina de carvão durou até o petróleo se tornar a energia dominante. Assim, a Mitsubishi fechou os portões da mina em 1974, tornando a ilha obsoleta quase da noite para o dia.>
Atualmente, o acesso ao local é rigorosamente controlado pelo governo devido ao risco de desabamentos. Os visitantes autorizados podem ver apenas uma parcela ínfima do que já foi uma metrópole vibrante.>