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Agência Correio
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 08:00
O futuro da alimentação pode estar prestes a mudar. Uma startup dos Estados Unidos, financiada pela Fundação Bill Gates, apresentou o chamado “óleo do ar”, alternativa à manteiga e ao óleo de palma. Especialistas já o consideram um avanço inédito. >
Manteiga
A novidade promete unir sabor, textura cremosa e responsabilidade ambiental, oferecendo uma gordura criada em laboratório a partir de dióxido de carbono. Se der certo, pode transformar a indústria alimentícia e a forma como consumimos óleos no dia a dia.>
Enquanto a manteiga tradicional exige rebanhos, pastagens e enormes recursos naturais, essa criação aposta em ciência e sustentabilidade.>
O segredo está na biotecnologia. A produção ocorre em biorreatores, onde dióxido de carbono, oxigênio e vapor d’água são combinados e convertidos em gordura por microrganismos especiais. O processo imita a natureza, mas sem precisar de animais.>
O resultado é uma gordura quase idêntica à de origem animal. Ela tem textura uniforme, consistência cremosa e sabor neutro, o que abre espaço para diferentes usos culinários. Pode ser espalhada no pão, usada em bolos, molhos e até assados.>
Segundo a Savor, startup responsável pelo produto, essa tecnologia transforma um dos maiores vilões do planeta, o excesso de CO₂, em algo útil para a mesa das famílias. Um verdadeiro ciclo sustentável.>
O impacto ambiental é a principal aposta para o sucesso. A pecuária gera grande volume de metano, além de demandar água, ração e desmatamento para pastagens. Já o “óleo do ar” reduz emissões ao capturar dióxido de carbono da atmosfera.>
Com o crescimento da demanda por alternativas mais sustentáveis, o produto tem tudo para conquistar espaço. Ele oferece uma opção prática para consumidores preocupados com saúde e meio ambiente.>
Especialistas avaliam que o consumo consciente, aliado à inovação, será determinante para o futuro da alimentação. E esse óleo pode ser um dos protagonistas dessa transformação.>
Hoje, o “óleo do ar” é basicamente uma gordura pura, com cerca de 900 kcal a cada 100 g. Embora não tenha proteínas ou vitaminas, é livre de colesterol, pesticidas e toxinas, o que o torna mais limpo do que opções convencionais.>
A empresa já anunciou que pretende enriquecer a fórmula com vitaminas A, D, E e K, além de minerais essenciais ao corpo humano. A ideia é torná-lo ainda mais atrativo do ponto de vista nutricional.>
De acordo com o The Guardian, a produção está em fase piloto nos Estados Unidos. Os primeiros lotes devem chegar ao mercado no fim de 2025, e a expansão global está prevista para 2026 ou 2027.>