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Papai Noel é vermelho por causa da Coca-Cola? Entenda como surgiu o visual do bom velhinho

Roupa, barba e aparência atual são resultado de séculos de tradições, literatura e publicidade

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Fernanda Varela

Publicado em 24 de dezembro de 2025 às 12:53

Em certos contextos, a figura do Papai Noel desafia valores ou ideologias predominantes (Imagem: Pixel-Shot | Shutterstock)
[Edicase]Em certos contextos, a figura do Papai Noel desafia valores ou ideologias predominantes (Imagem: Pixel-Shot | Shutterstock) Crédito: Imagem: Pixel-Shot | Shutterstock

A imagem do Papai Noel como um senhor rechonchudo, de barba branca, roupa vermelha e sorriso acolhedor nem sempre foi assim. O visual que se popularizou no mundo inteiro é fruto de uma longa construção histórica que envolve tradições religiosas, adaptações culturais, obras literárias e, mais recentemente, campanhas publicitárias de grande alcance.

Papai Noel por Reprodução | Freepik

A origem do personagem está ligada a São Nicolau, bispo conhecido por atos de generosidade e pela ajuda às crianças, venerado em diferentes regiões da Europa desde a Idade Média. Ao longo do tempo, essa figura foi ganhando novas interpretações, especialmente no Norte do continente europeu.

No início do século XIX, a tradição chegou aos Estados Unidos por meio de imigrantes, principalmente holandeses, que celebravam o Sinterklaas, personagem que distribuía presentes no início de dezembro. Em Nova York, o antiquário John Pintard ajudou a resgatar São Nicolau como um símbolo mais afetuoso para o Natal local, dando início a uma adaptação cultural que transformaria o personagem.

A consolidação da figura moderna começou a ganhar forma em 1823, com a publicação do poema “A Visit from St. Nicholas”, também conhecido como “The Night Before Christmas”. O texto descreveu um personagem alegre, de bochechas rosadas, barba branca, trenó voador e renas, mas ainda sem definir a famosa roupa vermelha.

Foi a partir da segunda metade do século XIX que o visual passou a se aproximar do que conhecemos hoje. O cartunista Thomas Nast foi responsável por ilustrar o Papai Noel em capas da revista Harper’s Weekly por mais de duas décadas. Em seus desenhos, Nast introduziu elementos como o traje vermelho com detalhes brancos, o gorro, o cinto preto e a imagem de um personagem mais robusto e simpático, ajudando a fixar esse padrão no imaginário popular.

Apesar disso, a padronização definitiva do Papai Noel vestido de vermelho aconteceu apenas no século XX, com a publicidade. Em 1931, a Coca-Cola lançou uma campanha natalina que mudaria para sempre a imagem do personagem. As ilustrações criadas pelo artista Haddon Sundblom mostravam um Papai Noel jovial, sorridente, afetuoso e humano, sempre associado ao consumo da bebida.

As peças publicitárias tiveram enorme alcance internacional e ajudaram a transformar essa representação em referência global. A partir daí, o Papai Noel de roupa vermelha passou a ser visto como padrão, reforçando a ideia de que, embora não tenha sido criada pela Coca-Cola, a imagem foi definitivamente consolidada pela força do marketing.

Assim, o bom velhinho que hoje simboliza o Natal é resultado de uma construção coletiva ao longo dos séculos, em que fé, cultura, literatura e publicidade caminharam juntas para criar um dos personagens mais reconhecidos do mundo.

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Natal