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Agência Correio
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 19:00
Se você busca proteger seu coração e manter a pressão arterial sob controle à medida que envelhece, a chave está na consistência e no longo prazo. Uma pesquisa recente desvendou que não basta ser ativo na juventude, mas sim manter seus níveis de exercício elevados de forma contínua, especialmente durante a meia-idade.>
Essa persistência no exercício é o escudo mais eficaz contra o desenvolvimento da hipertensão, uma condição que atinge uma parcela significativa da população global. O desafio, no entanto, é que essa jornada de manutenção da atividade física não é igualmente fácil para todos os indivíduos.
>O estudo, que acompanhou a saúde de mais de 5 mil pessoas em 4 cidades americanas, apontou a influência de fatores sociais e econômicos. Para alguns grupos, essas barreiras podem tornar muito mais difícil manter os níveis de exercício necessários para a prevenção da pressão alta, exigindo uma abordagem de saúde mais equitativa. >
Praticar exercícios físicos melhora condicionamento e saúde
A epidemiologista Kirsten Bibbins-Domingo, da Universidade da Califórnia, São Francisco (UCSF), observou que, embora "adolescentes e aqueles no início dos 20 anos possam ser fisicamente ativos, esses padrões mudam com a idade".
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Embora o efeito positivo do exercício na redução da pressão arterial seja bem conhecido e cientificamente comprovado, a nova pesquisa sugere que o esforço deve ser ainda maior do que se pensava. O trabalho aponta que "manter a atividade física durante a idade adulta jovem – em níveis mais altos do que o recomendado anteriormente – pode ser particularmente importante".
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A hipertensão é uma condição médica de extrema gravidade, responsável por milhões de problemas de saúde em todo o mundo. Suas consequências mais diretas e perigosas são o ataque cardíaco e o acidente vascular cerebral (AVC), além do risco para o desenvolvimento de demência.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a hipertensão afete mais de um em cada quatro homens e cerca de uma em cada cinco mulheres. A grande preocupação é que, por não apresentar sintomas evidentes na maioria dos casos, a condição é frequentemente ignorada.
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Por essa razão, ela é comumente referida na comunidade médica como o "assassino silencioso".
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O estudo para determinar a quantidade de exercício necessária envolveu o acompanhamento de mais de 5 mil adultos por um período de três décadas. Os pesquisadores realizaram avaliações físicas periódicas e aplicaram questionários para coletar informações sobre hábitos de vida, como a prática de exercícios.
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Para assegurar a precisão dos dados, a pressão arterial dos participantes era aferida três vezes em cada avaliação clínica, com um intervalo de um minuto entre as medições. Para fins de análise estatística, os participantes foram agrupados em quatro categorias distintas, por raça e sexo.
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O que se notou em todos os grupos, independentemente de sexo ou raça, foi um declínio significativo nos níveis de atividade física, ocorrendo principalmente entre os 18 e os 40 anos de idade. Esse período de inatividade coincidiu com um aumento constante nas taxas de hipertensão nas décadas seguintes.
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Os pesquisadores concluíram que a idade adulta jovem é um momento crucial onde programas de saúde podem intervir para mudar o curso da doença. A prevenção deve ser o foco principal da saúde pública nessa faixa etária.
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Jason Nagata, principal autor do estudo e especialista da UCSF, afirmou que "quase metade de nossos participantes na idade adulta jovem tinha níveis subótimos de atividade física". Ele sublinhou que essa inatividade estava diretamente ligada ao surgimento da hipertensão, o que indica a necessidade de urgentemente elevar o mínimo padrão de atividade física.
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A pesquisa revelou um dado promissor: os indivíduos que se engajaram em cinco horas de exercício moderado por semana no início da idade adulta – o dobro da recomendação mínima atual – experimentaram uma redução considerável no risco de hipertensão.
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Esse benefício foi ainda mais pronunciado para aqueles que conseguiram manter esse alto nível de atividade física até os 60 anos, transformando a prevenção em um hábito de vida consistente e duradouro. A consistência é a chave para o resultado.
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A conclusão do estudo foi clara: "Alcançar pelo menos o dobro das diretrizes atuais mínimas [de atividade física] para adultos pode ser mais benéfico para a prevenção da hipertensão do que simplesmente cumprir as diretrizes mínimas".
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O desafio de aumentar a atividade semanal é real, pois ele se choca com o aumento das responsabilidades típicas da vida adulta, como carreira e família. Nagata explicou que "Isso pode ser especialmente o caso após o ensino médio, quando as oportunidades de atividade física diminuem".
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O estudo serve como um apelo para políticas de saúde que apoiem a manutenção da atividade física em meio às pressões da vida adulta, facilitando a prática regular de exercícios na vida diária.
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