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Agência Correio
Publicado em 5 de setembro de 2025 às 16:00
Um médico italiano de 81 anos acredita ter encontrado um dos segredos para viver mais e evitar doenças graves. Franco Berrino, especialista em nutrição e epidemiologia, afirma que escolhas simples na mesa podem mudar o destino da saúde. >
Café
Conhecido por seus estudos no Instituto Nacional de Tumores de Milão, ele relaciona diretamente o que comemos ao risco de desenvolver câncer e outras enfermidades.>
“O alimento, o movimento e a meditação são remédios de verdade. Meus colegas deveriam prescrevê-los”, afirma Berrino para o jornal espanhol El Mundo.>
Pesquisas coordenadas por Berrino em Milão revelaram dados impressionantes. No estudo Ordet, verificou-se que mulheres com altos níveis de glicose e testosterona tinham mais probabilidade de desenvolver tumores.>
No projeto Diana, ele mostrou que esses fatores podiam ser controlados com dieta. Bastaram meses de ajustes: menos açúcares refinados, mais vegetais e cereais integrais. Os resultados comprovaram redução da glicose e dos hormônios no sangue.>
Para a primeira refeição, Berrino sugere grãos, pães integrais, sementes e frutas. O café, embora popular, deve ser consumido apenas ocasionalmente. Adoçar chás ou bebidas logo cedo é outro hábito a evitar, já que o açúcar impacta o metabolismo.>
O especialista defende que o almoço siga uma lógica simples: pratos coloridos, preparados com ingredientes frescos e da estação. “Temos uma biodiversidade invejável, precisamos aproveitá-la”, reforça. Carnes podem aparecer, mas em quantidades moderadas.>
Muitas famílias só conseguem jantar juntas, por isso Berrino não recomenda pular essa refeição. A orientação é dar preferência a sopas, leguminosas e cereais leves, que oferecem nutrientes sem sobrecarregar o organismo durante o sono.>
Segundo o médico, os ultraprocessados são um risco crescente. “Nossa fisiologia não foi projetada para resistir a esse bombardeio artificial”, alerta. Esses produtos, ricos em aditivos, confundem o paladar e comprometem funções vitais, além de impactarem o meio ambiente.>
Para Berrino, cuidar da alimentação é também cuidar do planeta. Ele compara o consumo exagerado de ultraprocessados ao “Plasticeno” — a era marcada pela dependência do plástico. No final, o segredo está em hábitos diários, não em fórmulas milagrosas.>