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Fernanda Varela
Publicado em 6 de junho de 2025 às 17:24
A morte do músico Edson Bernardo de Lima, o Edson Café, ex-integrante do grupo Raça Negra, está sendo investigada pela Polícia Civil de São Paulo. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado como “morte suspeita” e segue sob apuração do 52º Distrito Policial, no Parque São Jorge, zona leste da capital.>
Edson Café
“O homem, de 69 anos, foi encontrado desacordado em via pública no dia 31 de maio e levado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde faleceu. O corpo foi encaminhado ao IML Leste e identificado após exames periciais, sendo liberado aos familiares. A Polícia Civil investiga as circunstâncias dos fatos”, informou a SSP, em nota.>
Segundo o boletim de ocorrência, Edson foi socorrido por uma equipe do SAMU e levado inicialmente à UPA Carrão. Depois, foi transferido ao Hospital do Tatuapé, onde morreu. O corpo foi reconhecido por familiares no Instituto Médico Legal da Zona Leste.>
Conhecido por tocar violão na formação original do Raça Negra, Café enfrentava uma trajetória marcada por dificuldades. Após sofrer um AVC que o deixou com os braços paralisados, ele precisou se afastar dos palcos. Sem a música e longe da banda, passou a viver em situação de rua e a enfrentar a dependência química.>
“Estava propenso à recaída. Não tem como morar na rua e não fumar um baseado, não dá”, declarou ele em entrevista à imprensa em 2020, quando já vivia nas ruas do Rio de Janeiro.>
Café chegou a ser acolhido por familiares e também por fãs, mas retornava com frequência às ruas. “Se eu ficar aqui, fico querendo escrever ou então me drogar. Vou ficar enfiado na Cracolândia aí do lado. Eu prefiro sair, dar um rolezinho. E ganhar um dinheirinho. Tomo conta de carro na praça”, contou na mesma entrevista.>
Nos últimos anos, ele se sustentava como guardador de veículos e alternava períodos em clínicas de reabilitação com recaídas. A última tentativa de resgate partiu de uma admiradora, que o acolheu em São Paulo e tentava ajudá-lo a se reerguer.>
A polícia ainda não divulgou a causa oficial da morte e aguarda os laudos do IML. Caso surjam indícios de crime ou negligência, a investigação pode avançar para novas linhas.>