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Fernanda Varela
Publicado em 22 de outubro de 2025 às 13:07
João Paulo Manoel, conhecido por seu público como Capitão Hunter, foi detido nesta terça-feira (22) em Santo André, na Grande São Paulo, sob a acusação de exploração sexual de crianças, estupro de vulnerável e produção de cenas pornográficas envolvendo uma adolescente. O youtuber de 45 anos mantém um canal focado na série Pokémon, onde realiza gameplays, unboxing de cartas e até sorteios de itens raros, alcançando um público majoritariamente infantil e juvenil.>
Youtuber Capitão Hunter é preso
O influenciador digital, que soma aproximadamente um milhão de seguidores em plataformas como YouTube, Instagram e TikTok, também era figura presente em eventos VIP de Pokémon e gerenciava um grupo de WhatsApp, além de ter uma loja virtual de produtos do desenho.>
A investigação está a cargo da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) do Rio de Janeiro. Segundo as apurações, João Paulo teria usado as redes sociais para exibir seus órgãos genitais a menores de idade, exigindo que as vítimas fizessem o mesmo.>
Denúncia e Modus Operandi>
O inquérito foi aberto a partir da denúncia da família de uma menina de 13 anos. A adolescente, que conheceu Capitão Hunter em um evento de Pokémon em 2023, quando tinha 11 anos, mantinha contato com ele por meio de aplicativos como Discord e WhatsApp.>
Conforme o relato da vítima à Polícia Civil do Rio, o youtuber teria feito videochamadas onde mostrava o pênis e pedia que ela exibisse partes íntimas. Ele buscava normalizar o comportamento, escrevendo em mensagens interceptadas: "Amigos fazem isso, mostram a bunda um para o outro, isso são coisas de amigos e você é minha melhor amiga". A menina também relatou que o influenciador pedia conteúdo de cunho sexual em troca de cartas ou bonecos do universo Pokémon, chegando a enviar fotos do próprio pênis pelo WhatsApp e Discord em, pelo menos, quatro ocasiões.>
Com a prisão temporária decretada pela Justiça do Rio de Janeiro, a polícia descreve João Paulo Manoel como "um abusador com elevado grau de periculosidade, atraindo crianças e adolescentes por meio de um perfil mentiroso para que ganhe a confiança dos vulneráveis e passe a assediá-las e coagi-las à prática de atos libidinosos”.>
A delegada responsável pelo caso salientou ainda que o youtuber se manifesta como influenciador digital em canais com "incontável número de crianças e adolescente", o que indica um risco contínuo caso ele permanecesse em liberdade.>
Até a última atualização desta reportagem, a defesa do youtuber não havia sido localizada.>