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Elis Freire
Publicado em 4 de julho de 2025 às 21:41
Com talento marcante e uma trajetória artística memorável, a atriz baiana Regina Maria Dourado conquistou o público em papéis na televisão brasileira e no palco, especialmente como a inesquecível Efigênia Limeira, na clássica “Roque Santeiro” (1985) da TV Globo. >
Regina morreu em 27 de outubro de 2012, aos 59 anos, em decorrência de um câncer de mama que havia sido diagnosticado quase uma década antes. Como revelado pelo irmão da atriz após a sua morte, ela manteve o diagnóstico da doença em segredo e optou por interromper o tratamento para viver em paz os seus momentos finais.>
Relembre novelas de Regina Dourado
Natural de Irecê, no interior da Bahia, Regina iniciou sua carreira artística aos 15 anos, integrando a Companhia Baiana de Comédias. Além do teatro, também se dedicou ao canto e à dança, participando de grupos como o Coral Ars Livre, o Grupo Zambo e o Grupo de Dança Contemporânea da Universidade Federal da Bahia.>
Sua estreia na televisão veio em 1978, no especial A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água. No ano seguinte, foi escalada para a novela Pai Herói, o que deu início a uma sequência de trabalhos marcantes, como Cavalo Amarelo, Rosa Baiana e, mais adiante, Pão Pão, Beijo Beijo, em que brilhou como Lara Sereno.>
Ao longo de mais de três décadas de carreira, Regina atuou em mais de 20 novelas. Além de Roque Santeiro, fez parte de tramas memoráveis como Renascer, Explode Coração, Esperança e América. Seu último papel na televisão foi em Caminhos do Coração, em 2007, na Record, que deu origem à franquia Os Mutantes. No cinema, esteve em títulos como Baiano Fantasma, Corpo em Delito e No Coração dos Deuses. Também teve passagem significativa pelo teatro, participando em 2011 e 2012 da montagem de Paixão de Cristo, em Salvador, no papel de Virgem Maria.>
Regina foi diagnosticada com câncer de mama em 2003, inicialmente no seio direito. Com o tempo, a doença também comprometeu o seio esquerdo. Apesar da gravidade, a atriz escolheu não preocupar a família e manteve a doença em sigilo. Segundo seu irmão, Oscar Dourado, ela seguiu forte e determinada até o fim, preferindo viver seus últimos momentos com plenitude e liberdade, ao invés de prolongar a vida com tratamentos que já não faziam sentido para ela.>
“Ela era uma mulher muito forte e nunca queria preocupar a família. Quando perguntávamos como ela estava, dizia que estava bem, escondia qualquer fragilidade. Foi independente financeiramente, realizada no teatro, na televisão, no cinema... Merece muito amor e carinho neste momento delicado”, contou Oscar à revista Caras. Ele também revelou que Regina decidiu interromper o tratamento por vontade própria: “Ela sabia que estava abreviando a vida ao parar com o tratamento. Quando soube da situação, preferiu viver com prazer e não se rendeu à covardia de tentar viver um pouco mais”, declarou o familiar.>