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Ana Beatriz Sousa
Publicado em 9 de outubro de 2025 às 17:09
A jornalista e apresentadora Rita Batista, conhecida pelo carisma nas manhãs da TV Globo, abriu o jogo sobre prazer e autoconhecimento em uma conversa franca com a revista Marie Claire. No bate-papo, ela contou que o primeiro orgasmo só chegou por volta dos 25 anos, e que o processo foi mais sobre se entender do que depender de um parceiro.>
“O prazer não está no outro, está em você. O orgasmo vem quando a gente entende o próprio corpo”, afirmou a comunicadora de 46 anos, que começou sua vida sexual aos 15.>
Rita explicou que levou tempo para se libertar das amarras e das ideias herdadas sobre como “deveria” ser o sexo. “Até os 30, a mulher é cobrada a seguir certos roteiros — o que é uma prisão. Eu precisei me desobrigar dessas regras, principalmente das que a pornografia e as revistas dos anos 90 colocavam como padrão”, contou.>
A apresentadora, que também é criadora do projeto Rita Para Maiores, que começou como programa de rádio e hoje vive nas redes sociais, usa o espaço para discutir prazer, sexo e liberdade com naturalidade. Somando mais de 7 milhões de seguidores, ela acredita que falar sobre o tema ainda é uma forma de quebrar tabus, especialmente entre mulheres.>
“A gente foi ensinada a se calar e a fechar as pernas. Hoje, eu quero ensinar o contrário: abrir a mente e se conhecer”, destacou.>
Quando o assunto é clima entre quatro paredes, Rita diz que prefere o silêncio ao fundo musical. “Gosto de ouvir o que está acontecendo ali. Tem música que a gente faz com o corpo”, brincou, embora admita ter uma queda por Djavan, Emílio Santiago e Sade.>
Rita Batista
A apresentadora ainda revelou seus pontos sensíveis (“nuca, costas e, claro, o clitóris, que existe pra ser tocado”) e reforçou a importância da sutileza. “Os roteiros da pornografia deixaram os homens duros, literais demais. Sexo é sobre sugestão, é perceber o outro. É comer pelas beiradas, sem pressa”, aconselhou.>
Questionada sobre como percebe o desejo, Rita foi direta: “Dou risada. O cara sabe. E, sim, estou bem tesão ultimamente”, disse, aos risos. Ela também contou já ter vivido um “silêncio constrangedor” após uma transa que não deveria ter acontecido. “Às vezes o silêncio diz tudo: que não era pra ser. A gente força, mas o corpo sabe quando não quer.”>
No fim da entrevista, Rita resume sua relação com o prazer de forma poética: “Minha sexualidade seria a quinta praia de Morro de São Paulo: calma, misteriosa, profunda e surpreendente.”>