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Ana Beatriz Sousa
Publicado em 21 de abril de 2025 às 06:00
Já imaginou sentir o gosto salgado dos alimentos sem colocar uma pitada sequer de sal? Essa é a proposta de uma nova invenção japonesa: uma colher elétrica que simula o sabor salgado sem precisar aumentar o consumo de sódio. Desenvolvido pela fabricante de bebidas Kirin Holdings, o utensílio pode representar uma alternativa para quem precisa reduzir o sal na dieta e ainda assim manter o sabor dos pratos. >
O item, batizado de "Colher de Sal Elétrica", foi criado em parceria com o professor Homei Miyashita, da Universidade de Meiji, e utiliza uma tecnologia baseada em impulsos elétricos fracos. Através desses sinais, ela concentra os íons de sódio presentes na boca e intensifica a percepção do gosto salgado na comida. Segundo a fabricante, até o umami (conhecido como o "quinto sabor") é amplificado com o uso.>
Feita de plástico e metal, a colher pesa cerca de 60 gramas e é recarregável. A ideia é oferecer uma experiência gastronômica saborosa, especialmente para quem precisa controlar a ingestão de sal por questões de saúde, como hipertensão, doenças cardíacas e AVC.>
As colherem foram colocadas à venda no Japão por aproximadamente US$ 127 (cerca de R$ 652) e as vendas internacionais devem começar ainda em 2025. A Kirin estima atingir 1 milhão de consumidores globalmente nos próximos cinco anos.>
Apesar de ser conhecida pela produção de cervejas, a empresa vem apostando cada vez mais em produtos voltados para o bem-estar e a saúde. No Japão, o consumo médio de sal é de 10 gramas por dia, o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Os japoneses costumam preferir alimentos salgados, então reduzir o sódio sem perder sabor é um grande desafio”, explicou Ai Sato, pesquisador da Kirin.>
A colher, no entanto, possui restrições. Pessoas com marca-passo, gestantes, pacientes em tratamento odontológico, alérgicos a metais ou com distúrbios neurológicos e circulatórios devem evitar o uso do dispositivo.>
Ainda não há previsão para que o produto chegue ao Brasil, mas a invenção já chama atenção pelo potencial de mudar hábitos alimentares sem abrir mão do sabor.>