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Agência Correio
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 09:00
O mal de Alzheimer, uma doença devastadora e sem cura, afeta milhões de pessoas no mundo. Embora a maioria dos casos se manifeste na idade avançada, a ciência aponta que diversas ações que tomamos no dia a dia podem influenciar o surgimento da condição. Uma dessas ações, e talvez a mais crucial, é a qualidade do nosso sono.
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Há anos, cientistas vêm estudando o sono e a saúde cerebral, mas uma nova descoberta mostrou que dormir não é apenas descansar, mas um processo de "limpeza" vital para o organismo. E a falta de sono pode ter consequências catastróficas, especialmente no que se refere ao risco de desenvolver doenças neurodegenerativas.
>Alzheimer atinge idosos
O cérebro possui seu próprio sistema de "limpeza", chamado sistema glinfático, que age de forma semelhante ao sistema linfático do corpo, drenando proteínas e outros resíduos. Essa rede vascular, descoberta pela neurocientista Maiken Nedergaard em 2012, é essencial para manter a saúde e o bom funcionamento cerebral.
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Uma das substâncias que o sistema glinfático remove é a beta-amiloide, uma proteína residual do metabolismo cerebral. Quando esse sistema não funciona bem, a proteína se acumula, formando placas que causam disfunção neurológica e inflamação. O acúmulo dessas placas é uma das principais características do mal de Alzheimer.
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A ligação entre a disfunção do sistema glinfático e a doença de Alzheimer foi reforçada por um artigo de pesquisadores da Universidade Macquarie, na Austrália. A pesquisa mostra que a eficácia da drenagem de resíduos cerebrais tem uma relação direta com o risco de desenvolver a doença.
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A relação entre o sono e a limpeza cerebral é direta: os pesquisadores observam que é justamente durante o sono profundo que o sistema glinfático intensifica sua atividade. É nesse momento que o cérebro realiza uma "faxina", removendo as proteínas beta-amiloides acumuladas ao longo do dia.
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Para comprovar essa teoria, os mesmos pesquisadores citam um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences que observou o efeito de uma noite de privação de sono. O resultado foi impressionante: o nível da proteína beta-amiloide no cérebro aumentou significativamente após apenas uma noite sem descanso adequado.
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Isso mostra que a privação do sono não é apenas um incômodo, mas um fator de risco real para o acúmulo de substâncias tóxicas no cérebro. Uma noite de descanso perdida pode comprometer o processo de limpeza e colocar a saúde cerebral em risco a longo prazo.
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