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Viviane Batidão lança 'É Sal' e eleva o pop amazônico a novo patamar

Cantora paraense fala ao CORREIO sobre o processo criativo de seu primeiro álbum de estúdio e parceria com Pocah em “Mulher Gostosa”

  • Foto do(a) author(a) Heider Sacramento
  • Heider Sacramento

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 06:00

“É Sal” marca uma nova fase na trajetória de Viviane Batidão e leva o som das aparelhagens para o Brasil inteiro
“É Sal” marca uma nova fase na trajetória de Viviane Batidão Crédito: Alle Peixoto

O primeiro álbum oficial de Viviane Batidão já está disponível nas plataformas digitais. Chamado “É Sal”, o disco tem nove faixas e um objetivo declarado: consolidar o pop amazônico no mapa da música nacional.

“O ‘É Sal’ é o meu primeiro álbum oficial de estúdio”, diz Viviane em entrevista exclusiva ao CORREIO. “A gente tem alguns álbuns, mas são diferentes, porque o nosso universo musical aqui é bem particular. Nós temos uma autonomia muito própria de movimentar o nosso mercado com as aparelhagens”, explica.

O título vem de uma gíria paraense usada para indicar o fim de um ciclo. “Quando comecei a viver esse momento nacional, reverberando essa cultura e o meu nome, entendi que precisava fazer um álbum conforme anda a carruagem. Como a galera do nacional faz”, completa.

Processo e identidade

Gravado ao longo do ano, É Sal reflete um trabalho artesanal e afetivo. “Foi um processo lindo e difícil também, porque é novo, né? Novo não é fácil”, comenta. “Eu disse: cara, não vou fazer um álbum tão grande, vou fazer um pequeno, com nove músicas. Fiquei entre oito e dez, mas acabou ficando nove. Escolhi as que eu gosto e dei o meu melhor.”

Primeiro álbum de estúdio da artista paraense mistura tecnomelody, brega e pop em nove faixas cheias de identidade por Divulgação

A sonoridade mantém o DNA da cantora. “É a minha essência, é um álbum 90% tecnomelody. Só uma música não é tecnomelody, mas ela carrega a essência do gênero”, observa.

OUÇA "É SAL" AGORA!

Viviane conta que a ideia inicial era lançar as faixas aos poucos, mas o cenário cultural do Pará a fez mudar de planos. “A arte é muito disso, de você sentir. Às vezes a gente programa uma coisa e acaba não sendo, tem que ir pra outro rumo pra ser melhor. E foi lindo, foi uma troca de conhecimento.”

Protagonismo feminino

Entre as colaborações, Viviane destaca Suanny Batidão, Priscilla Senna e Pocah, vozes que ampliam o diálogo sobre a força feminina na música. “Foi importante trazer mulheres fortes para o álbum”, afirma. “Essa união é símbolo do poder feminino dentro do brega.”

Gravado no Rio, o clipe de “Mulher Gostosa” celebra o poder feminino e o pop com sotaque amazônico por Divulgação

O destaque é “Mulher Gostosa”, parceria com Pocah, lançada junto com o videoclipe gravado na comunidade Tavares Bastos, no Rio de Janeiro. Com pegada eletrônica e toque de “rock doido”, expressão usada pela própria artista, a faixa brinca com a ideia de desejo e autoestima.

“Quando ouvi Mulher Gostosa, disse: ‘Cara, essa música tem minha identidade.’ Ela tem o lado “sofrente”, mas também o empoderamento, que faz parte de mim”, explica Viviane. “Essa música precisava de mais uma mulher.”

Pocah define o encontro como uma celebração de origens e liberdade. “O clipe mistura o Rio com o Pará, tem uma coreografia marcante e muita dança”, contou. “Provei açaí com carne pela primeira vez e amei”, brinca.

Manifesto paraense

Mais que um disco, É Sal é um manifesto por pertencimento. “A gente sempre se sentiu, na maioria das vezes, não inclusos nessa música nacional. Por muito tempo, a nossa música foi dita como regional e ainda é dita por muitas pessoas”, reflete Viviane.

A cantora cita a Bahia como referência de resistência cultural. “A força que vocês têm é linda. Quando exportaram o axé, o Brasil inteiro teve que aprender e entender. É assim que quero que olhem pro tecnomelody.”

Ela lembra também os obstáculos enfrentados ao tentar levar o som do Norte para o restante do país. “Quando me chamaram pra fazer um trabalho mais nacional, tive alguns probleminhas. Diziam: ‘Não coloca tal coisa, o povo não vai saber o que é.’ E eu respondia: ‘Mas isso é o Brasil! Como é que o Brasil não conhece?’”

Sal da Amazônia

Enquanto celebra o lançamento, Viviane se prepara para subir ao palco do Global Citizen Festival: Amazônia, que acontece em Belém no dia 1º de novembro, dentro da programação cultural da COP 30. O evento reúne artistas e ativistas de vários países pela preservação da floresta.

“Estar nesse festival é muito especial pra mim. É o Pará sendo visto com respeito, e nossa música chegando onde sempre mereceu chegar”, diz.

Com É Sal, Viviane Batidão entrega um retrato da Amazônia contemporânea: pulsante, feminina e pop. “Eu sou muito certa do que quero”, resume. “Não fico contente até não ficar como eu imagino. E agora ficou do jeitinho que eu queria.”

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Música Lançamento Viviane Batidão