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Pedro Carreiro
Publicado em 12 de outubro de 2025 às 11:00
Em uso no futebol mundial desde 2018 e adotado no Brasil a partir de 2019, o Árbitro Assistente de Vídeo (VAR) foi criado com o objetivo de auxiliar o árbitro principal em campo, utilizando imagens para revisar lances polêmicos e contribuir para decisões mais justas e precisas. O recurso é aplicado em situações capitais, como gols, pênaltis, expulsões diretas e erros de identificação de jogadores. >
No entanto, no futebol brasileiro, o VAR não eliminou as polêmicas, e talvez tenha até aumentado. Isso ocorre porque, pelas regras, o árbitro de vídeo só pode ser acionado em lances de impedimento, cartões vermelhos diretos e possíveis irregularidades em gols. Assim, quando ocorrem outros tipos de erros que o VAR não pode corrigir, os torcedores se revoltam com a limitação da ferramenta.>
Dois jogos recentes de Bahia e Vitória exemplificam bem essa situação, com lances em que o VAR não pôde interferir, mesmo diante de erros claros da arbitragem. No confronto entre Bahia e Botafogo, pela 26ª rodada, Mateo Sanabria, já advertido com cartão amarelo, caiu na área em uma disputa e acabou sendo punido com o segundo amarelo por suposta simulação — o que resultou em sua expulsão. O lance, no entanto, não era passível de revisão pelo VAR.>
Situação semelhante ocorreu na partida entre Vitória e Vasco, na rodada seguinte. O zagueiro Lucas Halter foi expulso após receber dois cartões considerados, no mínimo, questionáveis: o primeiro por reclamar da marcação de um pênalti a favor do adversário e o segundo por um empurrão em uma confusão comum antes da cobrança de bola parada — algo que raramente gera punição.>
Há ainda os casos em que uma falta, lateral ou escanteio é marcada de forma equivocada e, logo em seguida, resulta em gol. Mesmo nesses cenários, o VAR não pode intervir para alterar a decisão de campo. O recurso só pode ser utilizado em lances capitais, nos quais o torcedor tem motivo para se irritar se o VAR não for acionado, ou se o árbitro de vídeo apenas revisar o lance e decidir manter a decisão de campo. >
Deixando de lado os lances em que o VAR não poderia atuar ou que revisou o lance e manteve a decisão de campo, o Gato Mestre analisou apenas as vezes em que o árbitro de vídeo efetivamente entrou em ação, sem julgar se a decisão final foi correta ou não. O levantamento mostra todas as mudanças de decisão com auxílio do VAR e aponta os clubes mais e menos impactados no Brasileirão em termos de saldo entre decisões favoráveis e desfavoráveis.>
Segundo o levantamento, Bahia e Vitória estão entre os clubes mais “prejudicados” pelo VAR. Empatado Grêmio e Sport, o Bahia é a quarta equipe com pior saldo. Foram 11 decisões contrárias e 9 favoráveis, gerando um saldo de -2. O caso mais recente foi a anulação do gol de Michel Araújo contra o Flamengo.>
Mudanças de decisão com auxílio do VAR em jogos do Bahia
Enquanto isso, o Vitória tem o terceiro pior saldo. São seis decisões contrárias e apenas três foram a favor. A última delas ocorreu justamente no jogo contra o Vasco, quando o árbitro foi auxiliado na marcação de um pênalti para o time carioca após toque de mão de Raúl Cáceres.>
Mudanças de decisão com auxílio do VAR em jogos do Vitória