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Pedro Carreiro
Publicado em 5 de julho de 2025 às 08:30
Apesar de ter realizado 21 contratações no primeiro semestre de 2025, o Vitória teve um desempenho aquém do esperado na primeira metade do ano. A equipe perdeu o título do Campeonato Baiano, foi eliminada ainda na fase inicial da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana, além de ocupar apenas a 16ª colocação no Campeonato Brasileiro. Diante dos resultados insatisfatórios, o presidente Fábio Mota e o executivo de futebol Gustavo Vieira anunciaram uma reformulação do elenco para a janela de transferências do segundo semestre, que será aberta na próxima quinta-feira (10). >
Embora o mercado ainda não esteja oficialmente aberto, vários nomes já deixaram o clube e três reforços chegaram: Thiago Couto, Rúben Rodrigues e Renzo López. Ainda assim, mesmo com as mudanças em curso, o elenco segue apresentando carências e limitações em setores-chave, exigindo novos ajustes para o restante da temporada.>
A posição de goleiro é uma das poucas que não representa preocupação para o Vitória. Apesar do erro, que na verdade foi mais uma fatalidade, na partida contra o Universidad Católica pela Sul-Americana, que culminou na eliminação da equipe, Arcanjo tem se mostrado um arqueiro confiável para o Leão. Ele transmite segurança debaixo das traves e já garantiu pontos importantes no Brasileirão com suas defesas decisivas.>
Arcanjo está tão consolidado na posição que Gabriel Vasconcelos, contratado no início da temporada, foi emprestado ao Sport por falta de oportunidades. Em contrapartida, Thiago Couto chegou ao clube justamente para ser seu reserva. Pensando na sequência da temporada, o Vitória não precisa se preocupar em buscar outro goleiro.>
Contratações do Vitória no 1º semestre de 2025
A lateral direita é outra posição que não exige tanta atenção no momento. A equipe conta com Claudinho e Raul Cáceres, além de ter como opções alternativas o zagueiro Edu, o volante Baralhas e o jovem Buiu, do sub-20. Embora Claudinho e Cáceres não vivam grande fase, ambos já demonstraram capacidade em nível de Série A. Considerando que há setores em situação mais delicada, reforçar a lateral direita não deveria ser prioridade para o clube na próxima janela de transferências.>
Talvez seja a posição que mais exige atenção no momento. Com a saída de Hugo e a grave lesão de Jamerson, o jovem Maykon Jesus, que possui pouquíssima experiência no futebol profissional, tornou-se a única opção disponível para o setor. Diante desse cenário, o clube precisa contratar com urgência ao menos um jogador para a posição, embora o ideal seja trazer dois reforços.>
Atualmente, o Vitória conta com apenas quatro zagueiros no elenco principal: Lucas Halter, Zé Marcos, Edu e Neris, operando, portanto, no limite da posição. Além da rotação curta,especialmente caso o técnico Carpini opte por um esquema com três zagueiros, a defesa rubro-negra ainda carece de qualidade.>
Halter vem apresentando bom desempenho e se firmando como titular. Já Zé Marcos e Edu demonstram potencial para compor o elenco como reservas, mas ainda não se mostram prontos para assumir a titularidade com consistência. Neris, por sua vez, perdeu espaço após uma atuação muito abaixo da média no jogo de ida da final do Campeonato Baiano.>
Diante desse cenário, o ideal seria a contratação de pelo menos mais um zagueiro de bom nível, preferencialmente canhoto, para formar a dupla titular ao lado de Halter. Assim, Carpini poderia contar com Zé Marcos e Edu como opções no banco, enquanto Neris correria por fora na disputa por uma vaga na equipe.>
O elenco até conta com uma boa quantidade de opções para o setor. Para a função de primeiro volante, há Willian Oliveira e Ricardo Ryller. Já para a de segundo volante, as alternativas são Ronald e Pepê. Baralhas, por sua vez, tem a versatilidade de atuar nas duas funções.>
Apesar da quantidade de peças, o ideal seria a contratação de um primeiro volante para assumir a titularidade. Willian Oliveira vem fazendo uma temporada abaixo do esperado, enquanto Ryller, embora proteja bem a linha defensiva, contribui muito pouco com a bola nos pés.>
Um reforço de qualidade nessa posição permitiria que Baralhas atuasse com mais frequência como segundo volante, função que o daria mais liberdade para pisar na área adversária, algo que faz com qualidade, e saltar pressão sem comprometer tanto a estrutura defensiva da equipe. >
Com a iminente saída de Wellington Rato, o Vitória conta atualmente com dois nomes para a função: Matheuzinho, que mesmo sem viver grande fase ainda é a principal referência técnica da equipe, e o recém-chegado Rúben Rodrigues, que são jogadores de características distintas.>
Enquanto Matheuzinho é um meia mais articulador, que recua entre os volantes para buscar o jogo e organizar a equipe, Rúben Rodrigues atua de forma mais vertical, como um ponta de lança, próximo da área, quase como um segundo atacante. Dependendo do contexto da partida, os dois podem até atuar juntos, oferecendo ao técnico Thiago Carpini um leque interessante de variações táticas.>
Diante disso, e considerando as carências mais urgentes em outras posições, a contratação de mais um meia não deveria ser prioridade para o Vitória na próxima janela de transferências.>
Mesmo com as saídas de Janderson e Gustavo Mosquito, o Vitória ainda conta com várias opções para as pontas: Lucas Braga, Osvaldo, Fabri, Erick e Léo Pereira. No entanto, apesar da quantidade, falta qualidade no setor.>
Braga e Fabri se destacam pelo vigor físico, com força e velocidade, mas demonstram limitações técnicas e cometem muitos erros na tomada de decisão, embora possam ser úteis em situações específicas de jogo. Erick, apesar de possuir mais refinamento técnico, não vem conseguindo apresentar um bom desempenho. Léo Pereira ainda não mostrou a que veio desde que chegou ao clube.>
Já Osvaldo, aos 38 anos, é o jogador mais lúcido da posição, com boa leitura de jogo e tomada de decisão. Porém, sua idade mais avançada já impõe um declínio físico e técnico natural, o que limita sua contribuição ao longo da temporada.>
Diante desse cenário, o clube deveria voltar sua atenção para o setor e buscar dois pontas que consigam mesclar potência física com qualidade técnica, sendo ideal a chegada de um jogador destro e outro canhoto para suprir as carências nas duas extremidades do ataque.>
Com Renato Kayzer, a chegada de Renzo Fernández e Carlinhos como terceira opção, o Vitória está bem servido no setor ofensivo. Com características distintas, Kayzer e o uruguaio devem disputar a titularidade e oferecem um bom leque de alternativas ao técnico Thiago Carpini.>
Kayzer é um centroavante mais técnico, com capacidade para sair da área, se associar com os companheiros e até atuar como segundo atacante. Já Renzo é um camisa 9 mais clássico, com forte presença de área e bom jogo aéreo, mas que se conecta menos com o restante da equipe. Dependendo do contexto da partida, os dois podem até atuar juntos.>
Carlinhos surge como uma terceira alternativa, útil especialmente em jogos em que a equipe precise explorar cruzamentos e bolas alçadas na área adversária. Com a chegada de Renzo, o Vitória pode direcionar seus esforços na janela de transferências para reforçar outras posições mais carentes.>