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De Gandu para o mundo: baiano supera vício e sai da Cracolância para brilhar no Mister Olympia

"Revirei o lixo para comer", conta fisiculturista

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 22 de outubro de 2025 às 06:01

Lucas Coelho
FLucas Coelho Crédito: Reprodução

Lucas Coelho, nascido em Gandu, no interior da Bahia, hoje é um dos principais atletas da categoria 212 do fisiculturismo e participa do Mister Olympia 2025, a competição mais renomada da modalidade. Mas o caminho até os palcos internacionais do esporte foi tudo menos fácil.

Antes da fama, Lucas passou anos nas ruas de São Paulo, lutando contra o vício em cocaína e crack. Ele chegou à cidade em busca de uma vida melhor, mas se viu rapidamente envolvido pelo acesso fácil às drogas e pela dificuldade em conseguir emprego. “Comecei como todo jovem: com as más amizades. Experimentei algumas drogas que são, digamos, usadas normalmente. Depois, passei para a cocaína e, infelizmente, cheguei ao crack. Vivi alguns anos na Ipiranga com a São João, ali no centro, em situação de rua mesmo, chegando a revirar lata de lixo para comer”, lembra, falando em entrevista ao GE.com.

O momento de virada veio aos 20 anos, quando pessoas de um projeto social o ajudaram a sair das ruas e mostrar outros caminhos. A partir daí, o esporte entrou na vida de Lucas, substituindo a dependência química e dando sentido à sua rotina. Hoje, ele mantém treinos rigorosos e uma alimentação controlada, símbolos de disciplina e foco.

Fisiculturista Lucas Coelho por Reprodução

“Não sei se muita gente conhece esse lado da minha história, mas já fui um cara desprovido de vivência familiar. Fui morador de rua, dependente químico, isso há muitos anos”, revela. Ele acrescenta: “É uma parte da minha vida que não pode ser apagada nem esquecida, porque mostra que, de fato, você pode nascer em um berço pobre, ter poucas oportunidades, mas, se acreditar 100% em Deus e colocar como meta o teu objetivo primário, ser um ser humano melhor e buscar os teus objetivos e sonhos, você, sim, se liberta de tudo isso.”

Lucas começou sua trajetória no fisiculturismo em 2012, aos 27 anos, e desde então conquistou o pro card, reconhecimento de atleta profissional, e disputou as últimas três edições do Mister Olympia. Apesar de ainda ocupar posições discretas, como o 17º lugar em 2025, ele mantém vivo o sonho de se tornar campeão mundial.

“Tem pessoas que ainda me reconhecem, que sabem daquilo que Deus transformou na minha vida, porque, de fato, mudei o meu físico, mas o meu rosto ainda é um pouco semelhante àquilo que vivi lá atrás. Tudo o que aconteceu na minha vida hoje não utilizo como fonte para que as pessoas me vejam como um homem que se coloca no lugar de coitado, porque não sou um coitado. Sou, sim, um grande campeão. Um homem que teve mil oportunidades de permanecer caído e escolheu vencer”, afirma.

A fé é um pilar central de sua história: “Eu, mediante aquilo que acreditava para a minha vida, sempre pedi a Deus: ‘Não há força em mim, mas levanta alguém mais forte do que eu, que possa me libertar desse vício e me arrancar com mão forte das ruas.’ Isso aconteceu. Graças a Deus, fui ajudado e, hoje, vocês contemplam a graça de Deus na minha vida, porque, se não houvesse ela, nada disso teria acontecido.”