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Entenda a condição que tirou Gabriel Baralhas de jogo do Vitória

Otorrinolaringologista Rafaela Maia explicou o diagnóstico do volante do Leão

  • Foto do(a) author(a) Alan Pinheiro
  • Alan Pinheiro

Publicado em 6 de maio de 2025 às 19:17

Gabriel Baralhas foi diagnosticado com Vertigem Posicional Paroxística Benigna
Gabriel Baralhas foi diagnosticado com Vertigem Posicional Paroxística Benigna Crédito: Victor Ferreira/EC Vitória

O volante Gabriel Baralhas foi diagnosticado com Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), quadro que o tirou das partidas contra o Ceará, no Brasileirão, e contra o Defensa y Justicia, pela Copa Sul-Americana. A condição, também é conhecida como doença dos cristais, é o tipo de vertigem mais comum que existe, mas geralmente acomete pessoas idosas. O clube baiano ainda não estabeleceu um prazo para a volta do jogador.

A notícia do diagnóstico do volante foi divulgada pelo Leão na tarde desta terça-feira (6). Segundo o clube baiano, Baralhas se queixou de tontura e mal-estar ao realizar determinados movimentos desde a última sexta-feira (2), durante a viagem para a partida contra o Ceará. Após avaliação médica detalhada, exames laboratoriais e de imagem, o volante já iniciou o tratamento para reabilitação.

Segundo a otorrinolaringologista Rafaela Maia, especialista em otoneurologia, a VPPB é resultado de um “mau funcionamento do labirinto”, mais precisamente dos cristais microscópicos que funcionam como sensores de aceleração dentro do ouvido interno. A condição é causada pelo deslocamento desses cristais, o que pode acontecer, na maioria das vezes, de forma espontânea. A causa também pode ser decorrente de um trauma ou impacto. No caso de um atleta, o quadro pode ter ocorrido por um choque de cabeça durante um treino.

Quando estamos acelerando ou desacelerando em movimento, os cristais vão ser empurrados e isso vai dar sensibilidade para a gente. Na VPPB, eles saem do lugar. Então, o cristal sai do sensor dele da aceleração e vai parar no sensor da rotação

Rafaela Maia

Otorrinolaringologista

O principal sintoma é a vertigem ao movimentar a cabeça, especialmente ao deitar, levantar ou olhar para cima. A sensação é descrita como se tudo ao redor estivesse rodando. A quantidade de cristal deslocado pode intensificar a sensação de vertigem. Apesar de ter curta duração, a condição pode gerar restrição instintiva de movimentos pela intensidade.

"Um atleta precisa acelerar, olhar para a frente, olhar para o lado etc. Isso vai atrapalhar o rendimento. Adepender do movimento que ele faça e de onde esse cristalzinho esteja, vai gerar um fluxo e vai acabar causando aquela vertigem momentânea, o deixando desorientado por alguns segundos. E se movimentar a cabeça de novo, a vertigem volta", explicou.

Tratamento e prazo

Sem remédios para a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), o tratamento consiste em manobras específicas que colocam o cristal de volta ao lugar. A realização de testes vai identificar onde os cristais foram parar e o paciente precisará inclinar a cabeça ao máximo para fazer o cristal voltar ao local correto. "Uma vez que voltou, está curado. Vida que segue”, afirma a profissional. 

Apesar do rápido tratamento, a especialista diz que uma pessoa acometida pela VPPB pode ser liberada imediatamente, caso a situação seja simples. Rafaela também explicou que existem profissionais que orientam repouso de cinco dias a uma semana, mas não existe comprovação científica que justifique o tempo. A decisão sobre a volta de Baralhas vai depender do departamento médico do clube e dos exames realizados.

A condição não afeta o desempenho a longo prazo, e o atleta poderá retornar ao seu nível habitual de atividade. “Não vai ser um atleta que vai ter mais desequilíbrio ou dificuldade de fazer uma corrida. Uma vez que o cristal voltou para o lugar, fazendo a função dele, a pessoa fica 100%”, disse.

De acordo com a especialista, a labirintite é comumente confundida com a VPPB. Ao contrário do senso comum, a maioria dos casos de tontura tem relação com o diagnóstico do jogador do Vitória. Após o tratamento, a necessidade de um acompanhamento acontece em caso de uma volta dos sintomas. Nesse caso, será investigado a origem do problema.