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Carol Neves
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 09:05
A CBF decidiu preservar o regulamento atual sobre as condições dos campos no futebol brasileiro, mantendo liberado o uso de gramados sintéticos. A definição foi tomada nesta quinta-feira (11), durante o Conselho Técnico, conforme foi informado pelo Portal iG. >
A manutenção das regras ocorre em meio à pressão do Flamengo, que dois dias antes havia encaminhado à entidade a proposta chamada "Programa de Avaliação e Monitoramento da Qualidade de Gramados do Futebol Brasileiro", pedindo padronização e melhoria das superfícies utilizadas no país.>
Veja imagens do novo gramado da Arena Fonte Nova
O tema ganhou projeção depois que Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo, criticou duramente os campos artificiais durante a celebração do título do Campeonato Brasileiro.>
“Nós temos feito uma campanha contra o ‘gramado de plástico’. Ano que vem serão 18 estádios, seis de plástico. Não tem nenhum desses na Europa, na América do Sul. Ficam pegando ideia de países que têm 10 meses por ano de gelo, se não tiver um campo desse não joga futebol. No meu ponto de vista, é uma vergonha que se aceite isso no Brasil”, afirmou Bap.>
Ele reforçou a oposição do clube: “Vamos trabalhar abertamente contra isso, não só padronização, mas campo de plástico não. A posição do Flamengo é essa. Quem pensa em ganhar dinheiro fazendo shows devia trocar de negócio, sai do futebol e vai viver de show business, não tem problema. Mas achar que futebol precisa de campo de plástico porque vai fazer show, definitivamente a gente não concorda com isso”.>
A manifestação rubro-negra motivou reação imediata dos clubes que utilizam gramado sintético. Palmeiras, Athletico-PR, Atlético-MG, Chapecoense e Botafogo - todos integrantes da Série A de 2026 com esse tipo de superfície - divulgaram uma nota conjunta em defesa da tecnologia.>
No comunicado, as equipes afirmam que a prática é “adotada de forma responsável, regulamentada e alinhada às melhores práticas internacionais” e que não há padronização de gramados no país, o que torna injusto direcionar críticas apenas aos campos artificiais.>
Os clubes também sustentam que gramados sintéticos de alta performance superam campos naturais em mau estado e que “não há qualquer estudo científico conclusivo que comprove aumento de lesões provocado pelos gramados sintéticos modernos”.>
Eles encerram dizendo que o debate sobre qualidade dos campos é legítimo, mas deve ser conduzido com “responsabilidade, dados objetivos e conhecimento técnico, e não com narrativas que distorcem a realidade, desinformam o público e desconsideram a complexidade do assunto”.>