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Pedro Carreiro
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 20:35
A transformação do estádio Manoel Barradas na Arena Barradão está cada vez mais próxima de deixar de ser um sonho e se tornar uma realidade para o torcedor do Vitória. Uma semana após o clube receber o projeto oficial da Arena, o presidente Fábio Mota revelou, em entrevista ao Charla Podcast, que o clube deve assinar o contrato do negócio em setembro. >
“Meu planejamento era sair da Série C para a B, depois da B para a A e trabalhar em cima disso. Também tracei os melhoramentos de estrutura, a última é a Arena Barradão, que, graças ao meu bom Deus e nosso trabalho, nós devemos assinar em setembro. Já recebemos o projeto, já foi para o conselho fiscal, depois vai para o deliberativo, e tudo correndo bem, queremos assinar em primeiro de setembro o contrato da nova Arena Barradão”, explicou o mandatário rubro-negro.>
Ainda de acordo com informações divulgadas pelo CORREIO anteriormente, a intenção do clube, se tudo sair como o ocorrido, é iniciar as obras em janeiro de de 2026. Dessa forma, como Fábio Mota explicou que as obras devem durar 30 meses no total, a Arena Barradão, deve ficar pronta em julho de 2028. Até lá, a ideia é seguir jogando no Barradão com capacidade reduzida, mas o clube também estuda outras possibilidades. >
“A operadora vai operar tudo do estádio, mas a prioridade é o futebol e o Vitória não vai sair daqui. Evidentemente que na construção pode ser que a gente precise sair. A ideia é que esteja sempre preservado 20 mil lugares até quando der, porque o nosso mando de campo é muito forte. É uma obra que deve durar 24 meses, porém, antes da obra, vamos ter seis meses para tirar licença ambiental e alguns alvarás, então, estimamos em 30 meses a obra total”, detalhou Fábio Mota. >
“O futebol é a prioridade. O Vitória passa a ter participação, no início, menos, no final mal, da receita de shows e tudo que vai se desenvolver na Arena [...]. Queremos continuar jogando aqui até onde dá, mas estudamos outras opções. A primeira seria o Pituaçu e a segunda é a Fonte Nova”, acrescentou. >
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As declarações seguem a apresentação oficial do projeto à diretoria do Vitória na última quinta-feira (7), detalhada pelo consórcio SD Plan e AR Fast Food, responsável pela elaboração e execução da obra. Estiveram presentes representantes das empresas e diretores do clube, incluindo o presidente Fábio Mota, o vice Djalma Abreu e o presidente do Conselho Fiscal Raimundo Viana. >
O projeto prevê uma arena multiuso com capacidade para receber jogos do Vitória e grandes eventos, incluindo shows internacionais, atualmente fora do circuito de Salvador por falta de estrutura. Também estão previstos espaços como shopping, museu, restaurantes, camarotes e áreas de convivência, elementos que trarão muito mais dinheiro aos cofres do clube, de acordo com Fábio Mota. >
“Neste ano, o Palmeiras levou R$ 80 milhões só com shows. Nós vamos ter um Shopping Center dentro da Arena Barradão, uma academia. Ou seja, vamos agregar valor, vamos trazer grana, porque sem dinheiro não se faz futebol”, explicou o presidente. >
“Hoje, Salvador, por mais linda que seja, não tem condições de receber um show de Madonna, de Paul McCartney, porque a cidade tá fora do eixo dos shows, que é Rio de Janeiro, São Paulo e mais alguma coisa. Mas nos fomos buscar um grupo que traz shows do mundo para o Brasil. Eles já têm o calendário deles para o mundo, a projeção é ter 18 grandes shows na Arena Barradão”, acrescentou. >
“A Arena Barradão muda o Vitória de patamar. Vai gerar 3 mil empregos na construção, o que é muito bom para a cidade. Vai qualificar o espaço do clube, mas vai trazer a grana, o que a gente precisa. Todo clube que fez arena própria dobrou o orçamento, e eu não tenho dúvida que o Vitória vai dobrar o orçamento”, concluiu. >
O investimento total no projeto está estimado em R$ 1,4 bilhão ao longo dos 35 anos de concessão, com aporte inicial de R$ 355 milhões. Fábio Mota enfatizou que o Vitória "não está vendendo o Barradão", apenas cedendo direitos de superfície. O presidente ainda diferenciou o modelo do adotado pela WTorre no Allianz Parque (Palmeiras), onde shows têm prioridade e conflitos com jogos resultam no custeio de realocações pelo operador.>
“Nosso contrato é parecido com o do Palmeiras, mas diferente, a prioridade é o futebol. O Vitória não está vendendo o Barradão, está apenas cedendo o direito, como se fosse uma concessão para o grupo por 35 anos, que é o período de amortização do que eles vão investir. Então, estamos cedendo o direito de superfície, não estamos transferindo o patrimônio do Vitória para ninguém”, destacou. >