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Maysa Polcri
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 18:34
O diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), Marcelo Lemos, registrou um boletim de ocorrência após ser vítima de comentário racista nas redes sociais. Em um vídeo publicado na quinta-feira (11), o diretor afirma que teve a competência profissional questionada por ser um homem negro. >
O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (Decrin), em Salvador. O diretor do Ipac foi vítima de racismo após conceder entrevista à Rádio Metrópole. Uma pessoa comentou que Marcelo Lemos não teria competência para gerir o Instituto por "não cuidar nem do próprio cabelo". >
Nas redes sociais, Marcelo Lemos comentou o caso. "Tentaram questionar minha competência a partir do meu cabelo, da minha estética, da minha identidade. Não deixarei passar. Racismo é crime e o ambiente digital não é terra sem lei", afirma. Ele agradeceu ao secretário de Justiça do Estado Felipe Freitas e à secretária de Promoção da Igualdade Racial Ângela Guimarães pelo acompanhamento do caso. >
"Para construirmos uma sociedade verdadeiramente antirracista, precisamos enfrentar cada violência com firmeza, responsabilidade e coragem", completou. >
A pena para racismo no Brasil é de reclusão de 2 a 5 anos e multa, podendo ser aumentada em casos específicos. A Lei nº 14.532/2023 equiparou a injúria racial ao crime de racismo, tornando ambos inafiançáveis e imprescritíveis.
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Marcelo Lemos Filho assumiu efetivamente a direção geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural em junho do ano passado. Ele é historiador e atuou como assessor parlamentar do senador Jaques Wagner. Também já chefiou a Secretaria Especial de Articulação Institucional (Seai) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
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