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Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2023 às 06:00
O gestor cultural e liderança do Quilombo Pitanga de Palmares, Jurandir Wellington Pacífico, filho de Mãe Bernadete, assassinada em agosto, participou de um encontro nesta sexta-feira (15) com o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida e representantes da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ). >
Na próxima terça-feira (19), Jurandir irá lançar o “Instituto Mãe Bernadete”, que terá o objetivo de promover cultura, esporte, lazer e entretenimento para os quilombos.>
“Meu objetivo com o instituto é manter o legado da minha mãe vivo, forte e firme. Para isso, conto com a ajuda de todos. Nunca vamos desistir”, enfatizou.>
O crime>
No dia 17 de agosto deste ano de 2023, a líder quilombola e iyalorixá Mãe Maria Bernadete Pacífico Moreira foi brutalmente assassinada. Ela foi líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, uma das dirigentes da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ) e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial da cidade de Simões Filho, na região metropolina de Salvador.>
Morta em seu terreiro, além de vítima de racismo religioso, Mãe Bernadete foi alvo do racismo ambiental, já que há disputa fundiária entre o quilombo e proprietários rurais da região. A morte de Mãe Bernadete reproduz a história de seu filho Flávio Gabriel dos Santos (Binho do Quilombo), assassinado em 2017.>
Ações>
Durante o encontro, o ministro receeu as demandas do grupo pela proteção e garantia de diretos de comunidades quilombolas do Brasil, o ministro ressaltou o compromisso do governo federal com o tema.>
“Estamos envidando esforços para que casos como o de Mãe Bernadete não se repita. É essencial criarmos mecanismos para garantir a segurança pessoal das comunidades tradicionais. Por isso estamos aqui reunidos, hoje, para ouvir vocês e, a partir disso, planejarmos estratégias para a manutenção dos direitos humanos nesses locais”, explicou.>
O ministro destacou, ainda, o diálogo constante com o Ministérios da Igualdade Racial; o Ministério da Justiça e Segurança Pública; e a sociedade civil. Também participaram do encontro a secretária-executiva do MDHC, Rita Oliveira; a secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos, Isadora Brandão, o coordenador Nacional da CONAQ, José Maximino da Silva; além de outros representantes da coordenação.>