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Millena Marques
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 09:52
O triplo homicídio cometido em Ilhéus, no sul da Bahia, completou dois meses nesta quarta-feira (15). Alexsandra Oliveira Suzart, de 45 anos, Maria Helena do Nascimento Bastos, de 41, e Mariana Bastos da Silva, de 20, foram assassinadas no dia 15 de agosto. Até agora, apenas um suspeito confesso foi preso. No entanto, não foi encontrado DNA do homem no corpo das vítimas. A Polícia Civil aguarda resultados de perícia para ajudar na investigação. >
No mês passado, a polícia pediu ao Poder Judiciário a prorrogação do prazo de conclusão do inquérito que investiga o caso. Segundo o órgão, o pedido tem como intuito garantir tempo para novas diligências e laudos complementares para reunir novos elementos e realizar desdobramentos investigativos. Além disso, as investigações ganharam o apoio dos Departamentos de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de Inteligência Policial (DIP). >
Mulheres assassinadas em praia de ilhéus
Um perito ouvido pelo CORREIO listou algumas dessas incongruências na investigação ainda cercada de mistérios. “Não foi encontrado DNA dele [Thierry] e nem dos demais nos objetos recolhidos do local. Em crimes com arma branca, geralmente fica sangue misturado do autor, cortes comuns ao usar faca em briga. Se ele é réu, confesso, deve ter dito onde enterrou a faca. Como não acharam ainda?”, disse um dos peritos criminais do DPT, que preferiu não se identificar. >
O primeiro teste de DNA descartou que as vítimas foram estupradas e apontou ausência do material genético de quatro pessoas (três homens e uma mulher) tanto nas vítimas quanto no local das mortes, um novo exame — realizado depois do dia 25 de agosto, quando Thierry foi preso — teve o resultado divulgado na última quinta-feira (11) e o CORREIO teve acesso às informações com exclusividade. O laudo apresentou a mesma conclusão em relação a ele e a outros três suspeitos submetidos à análise. >
De acordo com a Polícia Civil, Thierry relatou ter agido sozinho. Segundo o depoimento, a intenção era cometer um assalto, e uma das mulheres teria sido abordada com uma faca. As outras duas, que tentaram intervir, também acabaram esfaqueadas. >
“É pouco plausível que um homem só, armado apenas com uma faca, consiga matar três mulheres sem que nenhuma conseguisse fugir, pedir socorro ou mesmo feri-lo seriamente”, ponta o perito.>
Nesta quarta-feira (15), a Polícia Civil disse que o inquérito segue em andamento por meio de oitivas e diligências e foi prorrogado por mais 60 dias, com término previsto para 15 de novembro. >
As três mulheres foram encontradas mortas na tarde do dia 16 de agosto. Elas estavam desaparecidas desde o final da tarde de sexta-feira (15) após saírem para passear com um cachorro na Praia dos Milionários. Um registro de câmeras de segurança mostram o momento em que as mulheres andam com animal na areia da praia.>
Amigas, Alexsandra e Maria Helena eram professoras da rede municipal da cidade. Elas eram vizinhas e moravam a cerca de 200 metros de distância da praia. O cachorro foi encontrado com vida ao lado dos corpos, que estavam com marcas de facadas.>
De acordo com as investigações, as vítimas apresentavam ferimentos por golpes de facas, todos com um padrão similar, na região do pescoço, o que poderia indicar que apenas uma pessoa cometeu o crime. No corpo das três ainda foram encontrados vestígios que mostram que elas também foram feridas por cacos de vidro. >