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Gilberto Barbosa
Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 05:00
Casamentos, aniversários, formaturas são oportunidades para reunir a família e os amigos para celebrar. Além da música e da bebida, a comida é uma pedida obrigatória para manter a animação dos convidados durante o evento. Uma das opções mais comuns é o churrasquinho, uma paixão entre os brasileiros. >
Pensando nisso, o casal Verônica Dourado e Tiago Dias, 39 e 40 anos, abriram em 2019 o “Oh Farofeiro!”. A ideia consiste na produção de churrascos em eventos e festas particulares. Com um cardápio variado entre opções tradicionais, veganas, doces e frutas, eles compartilham uma trajetória de sucesso, com diversos prêmios estaduais e nacionais. >
'Oh Farofeiro!'
A empresa abriu há cerca de seis anos, após Verônica comprar o carrinho como presente para seu cunhado, que estava desempregado. Após a recusa do familiar, o casal viu a chance de empreender e testaram a ideia na festa de uma amiga, com sucesso. >
“Já éramos amantes do churrasco e fazíamos churrasco em casa com os amigos às sextas-feiras. Eu não entendia de empreendedorismo no início, então era tudo muito intuitivo. Meu marido tinha experiência, mas não poderia se dedicar ao negócio e se ofereceu para dar o suporte no que fosse necessário”, diz a empresária. >
Apesar do desafio de começar um empreendimento do zero, Verônica abraçou a oportunidade. Para garantir o sucesso, ela se dedicou a aprender sobre administração de empresas e sobre o produto, e o público, com o qual estava lidando. >
“Passei a entender que não era só botar uma carne no palito, mas entender sobre precificação, insumos, entre outras. Com isso, notei que precisava abraçar todos os públicos para não perder clientes que não consumiam carne, por exemplo. Também fiz melhorias no carrinho para deixá-lo mais bonito e apresentável nos eventos”, segue. >
O nome tem origem no dia a dia de Verônica. Ela vive no bairro de Cassange, próximo a Via Metropolitana (BA-526) e está acostumada com o barulho dos caminhões que transitam pela rodovia. Com isso, tinha a ideia de abrir um restaurante dedicado a produção de farofas na estrada. >
A ideia não ganhou tração, mas ela aproveitou a chance do churrasco para trazer de volta o termo que tinha pensado para batizar o possível empreendimento. Verônica ressalta que o nome casa com a personalidade do casal e busca mudar o estigma carregado pelos “farofeiros”. >
“Somos farofeiros no sentido de que gostamos de ter as coisas disponíveis quando precisamos. Queremos tirar essa visão negativa de que o farofeiro é uma pessoa desorganizada e mostrar que somos diferenciados, trazendo a organização e a inovação nos eventos”, fala. >
No início, Verônica dividia a produção de churrasco com o trabalho como enfermeira, estando disponível apenas nos finais de semana. A empresa obteve sucesso nos seus primeiros meses, mas a pandemia de Covid-19 freou o bom momento, causando apreensão quanto a manutenção do empreendimento. >
"Achamos que não seríamos lembrados quando os eventos voltassem, mas vimos que o nosso nome continuava forte na cabeça das pessoas. Essa foi a nossa grande virada de chave e foi o momento em que eu decidi me afastar da enfermagem para focar no meu negócio”, conta. >
A confiança da empresária na sua ideia se provou correta com o passar dos anos, culminando na conquista de prêmios como a etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024, na categoria Microempreendedor Individual e no terceiro lugar na etapa nacional. Ela credita o sucesso a paixão do casal pelo churrasco, que sempre foi um meio para reunir a família e os amigos. >
“Antes de termos um negócio, meu marido sempre foi o responsável por comandar a grelha nas festas. Começamos pelo prazer em estar ali e o dinheiro foi apenas consequência de um trabalho feito com carinho, que as pessoas identificaram e abraçaram nos seus eventos”, finaliza.>