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Líder da oposição venezuelana, María Corina Machado vence Nobel da Paz

Machado é reconhecida por sua luta pela promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 07:22

María Corina Machado
María Corina Machado Crédito: Shutterstock

A venezuelana María Corina Machado foi anunciada, nesta sexta-feira (10), em Oslo, como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. O Comitê Norueguês justificou a escolha destacando seu papel “na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e na luta por uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. O prêmio é de 11 milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de R$ 6,2 milhões.

No comunicado oficial, o comitê definiu Machado como “uma das vozes mais corajosas da América Latina”, ressaltando que “a democracia é uma condição prévia para a paz duradoura” e que, diante de regimes autoritários, é essencial reconhecer “os defensores da liberdade que se erguem e resistem”. A nota acrescenta: “Ela manteve-se no país, mesmo sob grave risco, inspirando milhões de pessoas”.

Engenheira e economista de formação, nascida em 1967, Machado construiu uma trajetória voltada à defesa dos direitos civis. Criou a Fundação Atenea em 1992, para acolher crianças em situação de rua, e dez anos depois fundou a Súmate, organização dedicada à fiscalização de eleições e promoção do voto livre. Em 2010, elegeu-se deputada com votação recorde, mas foi cassada em 2014 pelo governo chavista. Desde então, lidera o partido Vente Venezuela e foi uma das fundadoras da aliança pró-democracia Soy Venezuela.

O comitê destacou o papel de Machado como figura unificadora da oposição, capaz de reunir grupos rivais em torno da defesa de eleições livres e do Estado de Direito. A entidade ressaltou que “os esforços da oposição foram inovadores, corajosos, pacíficos e democráticos”. Mesmo impedida de disputar as eleições de 2024, Machado apoiou Edmundo González Urrutia, candidato da coalizão opositora, cuja vitória foi negada pelo regime de Nicolás Maduro.

O texto da premiação também faz referência à deterioração da democracia venezuelana, lembrando que o país, antes estável, enfrenta “um regime brutal e autoritário”, com repressão política, censura, prisões e uma grave crise humanitária. Mais de 8 milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos.

Segundo o Comitê Norueguês, Machado “personifica a esperança de um futuro em que os direitos fundamentais dos cidadãos sejam protegidos e suas vozes ouvidas”. A escolha, diz a nota, cumpre os três critérios estabelecidos por Alfred Nobel: promover fraternidade entre as nações, reduzir a militarização e trabalhar pela paz. “Ela demonstrou que as ferramentas da democracia também são as ferramentas da paz.”

O anúncio encerra uma edição marcada por especulações sobre a possibilidade de o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ser indicado. No entanto, analistas já consideravam improvável sua escolha. Entre os favoritos estavam o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), as Salas de Resposta de Emergência do Sudão e a ONU, que completa 80 anos.