Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 24 de junho de 2025 às 10:36
O quarto dia do resgate de Juliana Marins continuou sem que as equipes alcançassem a brasileira, que está presa em um declive de 650 metros de profundidade após escorregar durante a trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Até agora, as condições climáticas, com forte neblina, impedem o uso de helicópteros para o socorro. ATUALIZAÇÃO: brasileira Juliana Marins foi localizada morta nesta terça-feira (24).
Na tarde desta terça (24), uma equipe de sete socorristas chegou próxima ao ponto onde Juliana está, mas precisou recuar para um acampamento móvel por conta do fim do dia. Em uma publicação nas redes sociais, a administração do parque afirmou que "continuam os esforços" com técnicas de resgate vertical, para evitar que os socorristas tenham de voltar ao início da trilha, evitando com que depois tenham que recomeçar do zero.
Juliana Marins caiu de trilha na Indonésia
O acesso ao local é extremamente difícil, com o trecho da trilha onde ela caiu devidamente fechado para a operação. De acordo com a Agência Nacional de Resgate da Indonésia (Barsanas), o alerta sobre o acidente só chegou às equipes cerca de oito horas depois da queda, o que atrasou o início das ações. Tentativas com cordas e macas foram feitas nos dias anteriores, sem sucesso.
O uso de drones térmicos confirmou a localização de Juliana, imóvel, a aproximadamente 500 metros abaixo do ponto original da queda. Na segunda-feira, a equipe conseguiu descer cerca de 250 metros, chegando a 350 metros de distância da brasileira, mas foi obrigada a interromper o resgate às 16h do horário local (5h em Brasília) devido às condições adversas. Segundo a família, dois alpinistas experientes integram a equipe de reforço.
O Itamaraty, por meio do Ministério das Relações Exteriores, informou que funcionários da embaixada brasileira estão acompanhando os trabalhos e que autoridades locais de "mais alto nível" foram acionadas para auxiliar na operação de resgate.
A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, fazia uma trilha no vulcão Rinjani quando tropeçou e deslizou cerca de 300 metros pela encosta na noite de sexta-feira (20). Três horas após o acidente, um grupo de turistas espanhóis a encontrou e se manteve em contato com a família através de fotos e vídeos. De acordo com Mariana, irmã de Juliana, o clima adverso e a névoa intensa agravaram a situação dela, fazendo com que “escorregasse ainda mais da pedra”. Mariana definiu como “absurdo” a possibilidade de Juliana perder a vida por falta de socorro.
Juliana estava em uma viagem de mochilão pela Ásia desde fevereiro. A irmã relatou ainda que a agência teria dado informações falsas sobre o andamento do resgate, garantindo que os procedimentos já haviam sido realizados quando ainda não havia qualquer ação concreta no local.