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Raquel Brito
Publicado em 7 de setembro de 2025 às 14:09
Até o tempo chuvoso dos últimos dias deu uma trégua para que os soteropolitanos pudessem celebrar a Independência do Brasil na manhã deste domingo (7). Antes mesmo do desfile começar, dezenas de pessoas já aguardavam o início do cortejo, no Campo Grande. >
Uma delas era Jean Marry Costa, de 51 anos. Policial militar e mãe de um cadete do exército que participou do desfile pela primeira vez, ela fez questão de chegar com antecedência para garantir um lugar de onde pudesse ver bem o filho. “É gratificante, porque é o sonho dele que está se realizando. Ele faz academia do exército em Resende e já desfilou no Rio de Janeiro, é a primeira vez que desfila aqui”, disse. >
Desfile do 7 de Setembro em Salvador
E ela foi bem acompanhada. Levou para o cortejo as filhas Vitória, 24, e Érica, 29, além da netinha de dois anos de idade, que estava vestida a rigor: uma farda de militar em tamanho infantil, com direito até ao sutache de identificação.>
“É para homenagear o tio”, contou Érica, bem-humorada. “Ano passado ela veio assistir também, tinha um ano e pouquinho. Este ano trouxe novamente para manter o ritmo de ver o desfile. Eu acho bem importante, é uma tradição sendo construída.”>
Às 8h45, aconteceu o hasteamento das bandeiras do Brasil, do Estado da Bahia e da prefeitura. Os relógios marcavam 9h quando o desfile teve início na tradicional e aniversariante Avenida Sete de Setembro, que completou 110 anos neste domingo. >
Participaram do desfile instituições como o Exército Brasileiro, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Este ano, a Marinha do Brasil assumiu a organização do desfile, que contou com aproximadamente dois mil militares, além de civis e viaturas das instituições participantes.>
Em meio à multidão, era fácil localizar bandeirinhas do Brasil balançando e olhinhos brilhando enquanto observavam atentamente os passos ritmados dos militares. Era o caso de Felipe, de um ano, e Bia, de sete, que são de Feira de Santana e assistiram ao desfile pela primeira vez este ano. A família foi completa: eles, os pais, a tia e o cachorro. “Essa é uma ótima oportunidade para todas as idades, para a família toda. E também para explicar para eles o significado disso aqui, o peso histórico”, disse a engenheira Larissa Falcão, 37, tia das crianças. >
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, e o governador Jerônimo Rodrigues também celebraram os 203 anos da Independência do Brasil no cortejo da capital baiana. Em coletiva de imprensa, o prefeito salientou a importância da data para as conquistas do país. Em sua fala, ele desejou que o 7 de Setembro sirva de inspiração para todos os brasileiros, sobretudo no momento de “escalada permanente de disputas” vivido atualmente. >
“Infelizmente, o Brasil vive uma grande crise por conta do radicalismo político. A gente espera que uma data como essa, em que a gente se inspira e quer colocar em prática o nosso dever cívico, possa unificar o país. Que essas disputas, especialmente em torno do 8 de janeiro, possam ser sepultadas, virada essa página, para que o país volte a crescer, se desenvolver, criar emprego, renda, promover transformação social na vida das pessoas. Viva a independência do Brasil”, disse.>
O governador Jerônimo Rodrigues também falou sobre o simbolismo da data e a relevância da soberania brasileira. Segundo ele, é sempre uma alegria prestigiar as atividades em homenagem à Independência, que descreveu como históricas, e remeter ao patriotismo, sobretudo no contexto diplomático atual. >
“Nesse momento, eu não posso deixar de tratar do assunto que é a tentativa de os Estados Unidos de criar um ambiente de desconforto na relação diplomática. Isso é muito ruim para o Estado brasileiro, para a soberania, para a independência. Então, nós nos aliamos neste momento, pedindo que todos estejamos sempre atentos aos nossos direitos, à responsabilidade que temos com o repasse para as próximas gerações”, defendeu.>
*Colaborou Maysa Polcri>