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Antiga sede dos Correios na Pituba acumula invasões, roubos e 18 leilões fracassados

Criminosos têm invadido imóvel para roubar cobre e alumínio; moradores relatam desassossego

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 05:30

Antiga sede dos Correios na Pituba Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O estado de completa degradação da antiga sede dos Correios, localizada na Pituba, passou a ser chamariz de roubos que têm tirado o sossego dos moradores do bairro. Em qualquer horário do dia, o imóvel da estatal se tornou alvo de invasões de criminosos, que buscam o alumínio e o cobre presente nas estruturas do prédio. Há pelo menos quatro meses, quem vive ou trabalha nas imediações da Avenida Paulo VI começou a notar um aumento das ocorrências que, além da segurança, tem afetado o comércio local.

Na manhã desta segunda-feira (1º), moradores relataram uma ação policial que contou com pelo menos quatro viaturas e teriam prendido alguns dos criminosos mais frequentes nas invasões. Ao ser procurada, a Polícia Militar disse que agentes da 13ª CIPM foram acionados para averiguar denúncia de que suspeitos teriam invadido o prédio da antiga Agência Central dos Correios, no bairro da Pituba. No local, foi constatada a presença da Guarda Municipal no prédio, e o policiamento foi reforçado.

As invasões à antiga sede da estatal não são uma novidade. Desde que foi desativado, em 2018, o prédio passou por um processo de abandono e desinteresse, uma vez que, mesmo após sucessivas tentativas dos Correios, não conseguiu ser vendido. No entanto, conforme relata o morador André Brasileiro, 38 anos, a situação passou a ficar insustentável nas últimas quatro semanas.

Antiga sede dos Correios acumula roubos e invasões por Larissa Almeida/CORREIO

“Há um mês, pessoas em um grupo grande têm feito as invasões. São homens e mulheres que se revezam, a maioria usa drogas e rouba cobre e alumínio. Eles estão saindo na ‘surdina’ e, às vezes, até na cara da sociedade inteira, para vender os materiais. O foco maior é a madrugada, quando tem 15 a 20 pessoas dentro do espaço. A partir de 18h eles começam, seguem durante a madrugada e param entre 9h e 10h”, detalha.

André conta que a ação costuma ser sempre muito barulhenta, uma vez que não há técnica para arrancar as estruturas. Segundo ele, os criminosos utilizam pedaços de pau, facões e já chegaram até a atear fogo em algumas partes do prédio. Como resultado, há muito tempo ele não sabe mais o que é ter uma noite plena de sono ou se sentir seguro para andar no bairro à noite.

“Nós não podemos sair porque o tempo todo tem gente perigosa. Outro dia, eu quis vir no mercado às 20h30 e não pude, porque tinha gente saindo da sede. Já fizemos várias denúncias para a polícia, porque é complicado de andar aqui. Vou fazer agora uma denúncia formal, porque, se acontecer alguma coisa, não foi por falta de aviso. Eu tenho um filho de cinco anos e outro de um ano, e os meninos não dormem a noite toda por conta do barulho”, reclama.

O perigo também se estende aos comerciantes. Um deles, que há quase 20 anos tem um ponto na Avenida Paulo VI, diz que o movimento enfraqueceu bastante no bairro por conta da insegurança. “É vergonhoso o que está acontecendo aqui. Além das canetas para emagrecer, que estão sendo roubadas nas farmácias, o cobre é o alvo dos criminosos quando o ferro-velho está pagando um pouco melhor pelo material. Tudo isso tem me afetado, porque o cliente fica com medo de encostar aqui e ser roubado”, afirma.

Um outro comerciante, que pediu para não ser identificado, contou que, para continuar mantendo o negócio de pé, não olha para o rosto de nenhum dos vândalos, pois se sente intimidado. Segundo ele, os homens costumam andar com facões e escalam o muro do prédio, aproveitando-se do fato de que o imóvel pertencente à estatal só conta com um segurança por turno, que tem a missão de dar conta dos 35 mil metros quadrados e 17 pavimentos ali construídos.

Nesta segunda-feira, o prédio contou apenas com a fiscalização de um segurança, já que o outro agente foi acionado pela Polícia Federal para depor sobre os episódios de roubo. Ao CORREIO, uma pessoa que trabalha nas imediações ressaltou a dificuldade do trabalho de ambos, que atuam numa ‘caça’ de gato e rato, já que os criminosos costumam invadir sempre o lado oposto do local em que eles estão fiscalizando e não há braço para frear a entrada dos vândalos em bando.

Em nota, os Correios disseram que a estatal mantém vigilância 24 horas no local, além de “estreita parceria com órgãos de segurança pública para prevenir ocorrências e colaborar em investigações”. Ainda, frisou que, além da comunicação à Polícia Federal, as ocorrências também são apuradas internamente pelos Correios.

A Polícia Federal não respondeu ao ser procurada para se posicionar sobre o assunto.