Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Família de trabalhador morto em prédio de luxo pede indenização milionária

Willian Santos tinha 29 anos e trabalhava na construção de um edifício no Horto Florestal

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 17:56

Willian morreu em construção de prédio no Horto Florestal
Willian morreu em construção de prédio no Horto Florestal Crédito: Reprodução

A família Willian Santos de Oliveira, que morreu aos 30 anos enquanto trabalhava em uma construção da Moura Dubeux Engenharia S/A, está processando a empresa por danos morais e materiais. O trabalhador foi atingido por uma barra de ferro, que caiu do 13º andar do prédio, no dia 19 de setembro deste ano, em Salvador.

causa da morte consta no documento de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), assinado por um médico, como mostrou reportagem do CORREIO. O documento aponta que ele estava no pavimento do playground quando foi atingido na cabeça por uma peça metálica. O acidente de trabalho aconteceu no canteiro de obras do Poème Horto, prédio de luxo que está sendo construído no Horto Florestal. 

Projeto do edifício Poème Horto por Divulgação

O impacto da queda da peça foi tão forte que perfurou o capacete que Willian utilizava. Em fotos anexadas ao processo, o qual a reportagem teve acesso, é possível identificar pedaços da massa encefálica do trabalhador no local do acidente. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), passou por cirurgia, mas não resistiu. 

O processo trabalhista movido contra a construtora e empresas do grupo tramita na 1ª Vara do Trabalho de Salvador. Nele, a defesa da família afirma que o acidente expôs falhas graves de segurança, como ausência de telas e bandejas de proteção, falta de isolamento da área de risco e descumprimento de normas obrigatórias, como a NR-18, que regula a segurança na construção civil.

Os autores pedem indenização por danos morais e materiais, incluindo pensão vitalícia para a viúva, além do reconhecimento de responsabilidade de todas as empresas envolvidas. O valor da causa é de cerca de R$ 4 milhões, conforme informações obtidas da consulta processual do Tribunal Regional do Trabalho 5ª Região (TRT 5). 

A reportagem entrou em contato com as empresas envolvidas, que lamentaram a morte do funcionário. "A Moura Dubeux e o condomínio obra do Edifício Poeme reiteram que lamentam profundamente o falecimento do colaborador que prestava serviços ao condomínio da obra do Edifício Poème Horto e reafirma sua solidariedade à família, amigos e colegas", afirma. 

"O acidente foi prontamente comunicado às autoridades competentes. A obra permaneceu paralisada, com o local isolado, para garantir a completa atuação dos órgãos de investigação. Todas as investigações e levantamentos foram realizados com ampla liberdade, com o acompanhamento do sindicato de classe e de familiares", acrescentam (veja a nota completa abaixo). 

Relembre o caso 

Willian Santos de Oliveira recebia salário de cerca de R$ 2 mil para trabalhar na construção do edifício de luxo há um ano. No dia 19 de setembro de 2025, ele saiu do bairro da Mata Escura, onde morava, para mais um dia de trabalho. A queda do objeto que matou o trabalhador aconteceu por volta das 14 horas, seis horas após Wilian Santos chegar no local. 

A esposa de Willian, Joana Oliveira, recebeu a notícia da morte do companheiro através de uma mensagem no Facebook. "A empresa não entrou em contato comigo. Um colega dele, da obra, me mandou mensagem dizendo que teve um acidente e que eu deveria ir correndo para o hospital", relata. Joana foi de moto até o Hospital Geral do Estado (HGE) para onde o trabalhador foi levado após ser atingido pelo vergalhão. "Quando cheguei, ele estava na cirurgia. Willian lutou, mas teve duas paradas cardiorrespiratórias", lamenta. O acidente aconteceu na Rua da Sapucáia, 219.

Familiares de Willian Santos ainda denunciam que ele foi socorrido por colegas e não pelo serviço especializado. "Ele foi atingido na cabeça e levado para o hospital por colegas que podem não ter feito o socorro da maneira correta. O Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] deveria ter sido acionado", afirma Jadson Oliveira, tio da vítima. Relatos de quem esteve no local afirmam que Willian chegou no hospital com vida, mas tendo dificuldades para respirar sozinho.

O que diz a Moura Dubeux

"A Moura Dubeux e o condomínio obra do Edifício Poeme reiteram que lamentam profundamente o falecimento do colaborador que prestava serviços ao condomínio da obra do Edifício Poème Horto e reafirma sua solidariedade à família, amigos e colegas.

Desde os primeiros momentos, foram adotadas todas as medidas de assistência, incluindo o imediato socorro da vítima ao Hospital Geral do Estado, auxílio à família, suporte logístico para o velório e disponibilização das coberturas previstas no seguro de vida.

O acidente foi prontamente comunicado às autoridades competentes. A obra permaneceu paralisada, com o local isolado, para garantir a completa atuação dos órgãos de investigação. Todas as investigações e levantamentos foram realizados com ampla liberdade, com o acompanhamento do sindicato de classe e de familiares.

A Moura Dubeux e o condomínio obra do Edifício Poeme continuam integralmente à disposição para fornecer todas as informações solicitadas pelas autoridades e pela perícia, contribuindo para o pleno esclarecimento dos fatos.

Sobre o processo judicial mencionado, a empresa informa que se manifestará exclusivamente nos autos, através dos seus advogados, sempre com respeito às instituições e à família envolvida. Esclarece, ainda, que não antecipa conclusões nem debate publicamente questões técnicas e jurídicas.

A Moura Dubeux mantém seu compromisso permanente com a segurança, a integridade e a transparência em todas as suas operações, reforçando que cumpre rigorosamente as normas legais e os protocolos de prevenção vigentes no setor da construção civil".