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Maysa Polcri
Publicado em 11 de setembro de 2025 às 17:40
O advogado Antonio Jorge Santos Júnior foi alvo de mandados de busca e apreensão pela polícia nesta quinta-feira (11), em um prédio de luxo na avenida ACM. A polícia investiga se ele é responsável por juntar, em um processo, um documento falso do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedia a liberdade a Averaldo Ferreira da Silva Filho, o 'Averaldinho', uma das lideranças da facção Bonde do Maluco (BDM). O advogado nega a acusação. >
Segundo a Polícia Civil, a Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap) deflagrou a operação Fake Freedom "com o objetivo de apurar a tentativa de burlar um processo criminal com a utilização de uma decisão judicial falsificada, cujo conteúdo simulava um documento oficial do STJ". O caso foi revelado com exclusividade pelo CORREIO. >
Em nota pública divulgada nesta quinta-feira (11), o advogado Antonio Jorge Santos Júnior esclarece que não foi preso e, sim, alvo de mandados da polícia. "Não fui preso, não há mandado de prisão em meu desfavor. Houve sim mandado de busca a apreensão em meu escritório, e pegou notebooks de minhas associadas que, assim como eu, são inocentes", afirma. O advogado ressalta ainda que esteve presencialmente, no mês passado, na delegacia que investiga o caso, e apresentou as provas de que não cometeu crime.>
"Não falsifiquei documento algum, não sabia que o documento era falso e tenho provas de tudo isso, e-mails, prints, conversas, etc", reforça Antonio Jorge Santos Júnior. O advogado alega que o responsável pelo documento falsificado é de um advogado anterior a ele na defesa do traficante conhecido como Averaldinho (veja a nota completa abaixo). >
Advogado nega que tenha apresentado documento falso
Ao CORREIO, ele enviou provas que, segundo ele, atestam sua inocência. Entre elas estão: cópias de e-mails trocados com o gabinete do ministro Og Fernandes; representação protocolada no Tribunal de Ética da OAB/DF contra o advogado Eduardo Araújo Lustosa, pois, segundo ele, "passou a decisão para parentes do sr. Averaldo Ferreira, informando que teria conseguido a revogação de sua prisão e cobrando valores pelo serviço prestado".>
A fraude foi descoberta pela Vara dos Feitos Relativos a Delitos de Organização Criminosa (VOCRIM) de Salvador no último dia 23 julho deste ano, ocasião em que o advogado passou a ser investigado pelo crime na Delegacia dos Crimes Econômicos e contra a Administração Pública (Dececap) da Polícia Civil.
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Mesmo com todas as características de um documento verdadeiro, inclusive com o nome do ministro relator, neste caso seria Og Fernandes, a Vara checou a autenticidade do habeas corpus, negado pela instância superior. Averaldinho cumpre pena no Conjunto Penal de Serrinha, unidade de segurança máxima.>
"Polícia Civil deflagra operação contra fraude em documento para soltar líder criminoso >
Decisão judicial falsificada foi apresentada para tentar obter a liberação de Averaldinho, apontado como liderança de uma organização criminosa. A Polícia Civil da Bahia, por meio da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), deflagrou nesta quinta-feira (11) a Operação Fake Freedom, com o objetivo de apurar a tentativa de burlar um processo criminal com a utilização de uma decisão judicial falsificada, cujo conteúdo simulava um documento oficial do Superior Tribunal de Justiça (STJ).>
Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em endereços vinculados ao suspeito, que é advogado de Averaldo Ferreira da Silva Filho, o Averaldinho, líder de organização criminosa com atuação nos bairros do Calabar e Alto das Pombas. Três notebooks, duas máquinas de cartão, dois pen drives e documentos foram apreendidos no imóvel onde funciona o escritório do investigado.>
A Justiça também determinou a suspensão do exercício profissional do advogado, que teria apresentado o documento para tentar obter a soltura do seu cliente. A investigação teve início após a apresentação do documento fraudado, solicitando a expedição de alvará de soltura de Averaldinho. De acordo com a delegada Lara Candice, titular da DECECAP, no dia 22 de julho deste ano a Secretaria do Juízo certificou a inexistência da decisão no âmbito do STJ, indicando indícios de falsificação do documento.">