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Monique Lobo
Publicado em 11 de setembro de 2025 às 18:09
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, encerrou as votações no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus, na tarde desta quinta-feira (11), ratificando a condenação pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. >
Com esse voto, o placar final ficou em quatro a um pela punição do ex-presidente Bolsonaro e dos seus aliados considerados integrantes do núcleo crucial da organização criminosa. >
Veja imagens da sessão desta quinta (11) do julgamento de Bolsonaro
São eles:>
Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal;>
Almir Garnier Santos, almirante e ex-comandante da Marinha;>
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;>
Augusto Heleno, general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;>
Mauro Cid, tenente-coronel e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;>
Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;>
Walter Braga Netto, general da reserva e ex-ministro da Casa Civil.>
Zanin iniciou sua fala afirmando que o STF tem competência para analisar o caso, especialmente a Primeira Turma, que ele preside. Ele também rejeitou a tese de cerceamento de defesa e garantiu que os advogados dos réus receberam todos os documentos e provas do processo.>
"As defesas receberam o material, tiveram oportunidade de fazer análise que entendiam cabível e trazer eventualmente algum tipo de demonstração de que os documentos apresentados pela Polícia Federal ou pela Procuradoria Geral da República não eram fidedignos", falou. >
Outro ponto também destacado pelo ministro foi alegação de suspeição de Alexandre de Moraes. Para Zanin, "não há qualquer indício de parcialidade" do colega. >
Em uma sua fala, o presidente da Primeira Turma atestou que os réus pretendiam romper com o Estado Democrático de Direito e que as provas dos autos comprovam essa tese. "A estabilidade da organização, e o próprio direcionamento das ações antes e depois das eleições de 2022, revela a continuidade do projeto em torno do escopo maior da organização, que era a manutenção de grupo específico no poder, independentemente da vontade popular", avaliou. >
Segundo Zanin, a denúncia revela que Bolsonaro atuou como líder de um plano que teve duração superior a um ano com o auxílio de Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Alexandre Ramagem, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Almir Garnier, cada um com uma função específica. Ele ainda acrescentou que a responsabilização adequada é fundamental para a pacificação social e consolidação da democracia.>