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Tour histórico no Pelourinho termina com surpresa de Lázaro Ramos para crianças; veja como foi

Crianças visitaram pontos de memória negra no Pelourinho e ganharam exemplares autografados do novo livro do ator e escritor baiano neste domingo (16)

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 16 de novembro de 2025 às 20:13

Lázaro Ramos conversou com crianças antes de lançamento de livro infantil Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Nas ruas do Pelourinho, 25 crianças de escolas públicas baianas puderam ver, ouvir e estabelecer de perto uma conexão com a história de Salvador e a herança africana existente na cidade durante a tarde deste domingo (16). A iniciativa, que integrou o evento de lançamento da nova obra infantil do ator e escritor baiano Lázaro Ramos, adicionou não apenas um capítulo, mas um livro inteiro de possibilidades para os pequenos que, em duas horas, visitaram pontos históricos importantes da capital baiana, conheceram Lázaro e ganharam o exemplar autografado de “Descobrindo a minha história: A incrível aventura de Asta e Jaser”, a mais nova publicação do autor.

O passeio das crianças teve início na Praça Thomé de Souza, por volta das 13h20. Os dez alunos do Instituto Odara Oritheti Ayomide e os 15 alunos do Grupo de Mulheres do Alto das Pombas se reuniram com representantes do Instituto RioMemóriaAção, que vieram do Rio de Janeiro em parceria com a editora Sextante, que possibilitou o tour cultural na capital baiana.

Em um grande grupo, os pequenos passaram pela Praça Zumbi dos Palmares, pararam no Largo do Cruzeiro para jogar capoeira e percorreram a pé toda a extensão até o Largo do Pelourinho, onde fizeram uma pausa em frente à Fundação Mestre Bimba para se prepararem para o grande encontro com Lázaro Ramos. Já se aproximava das 15h quando o autor saiu de uma van e correu para os braços dos menores.

Crianças encontraram Lázaro Ramos durante passeio no Pelourinho por Arisson Marinho/CORREIO

Recepcionado com gritos empolgados e olhares atentos, Lázaro ouviu de um menino que era um sonho poder conhecê-lo e aproveitou a deixa para falar com eles sobre a importância do sonhar. Lembrou que ele ainda era criança quando, relutante, deu o dinheiro da merenda para se inscrever na seleção do Bando do Teatro Olodum, fincando, assim, sua relação com a arte. Ele destacou que estar no Pelourinho evocava essas e tantas outras memórias da sua trajetória.

“Os meus primeiros passos com o teatro foram dados aqui e essa é uma memória muito forte, mas o ‘Ó Paí, Ó’ tem um sentido maior, que é um momento de transição dessa voz, que começa com os artistas que 35 anos atrás já falavam sobre a importância desse território e das pessoas que aqui habitam e vivem. É simbólico essa ser a memória mais forte, porque foi uma coisa inédita na cultura brasileira: uma obra de teatro que acabou transitando nas três linguagens – teatro, cinema e televisão – mantendo a coerência do discurso”, disse.

Mais recentemente, uma visita à Etiópia, na África Oriental, fez Lázaro se encantar pelo Rio Omo e lembrar, naquele local, da contação de histórias que era comum na Ilha do Pati. Daí nasceu a ideia de escrever um livro sobre um avô que conta em uma noite a história dos antepassados para seus netos. A obra, ambientada às margens do Rio Omo, dá as crianças a possibilidade de conhecer mais das culturas africanas, algo que Lázaro tem como compromisso.

“Ser referência é uma grande responsabilidade, mas, na verdade, é o meu grande sonho. Sempre foi. Eu aprendi isso dentro de casa, eu sou fruto das referências que tive e, hoje, fico muito atento para ser uma influência positiva para as pessoas. Então, encontrar as crianças e estar aqui sendo referência para falar de literatura e de livro [traz] uma alegria maior”, ressaltou.

Por parte das crianças, a sensação foi de êxtase. “Eu me senti muito emocionada e representada, também. É muito importante que as meninas e meninos negros vejam o que podem fazer, como mostrou Lázaro. Eu dei um abraço nele e fiquei muito feliz”, contou Júlia Yndilyine, integrante da Ayomide Odara.

O pequeno Davi dos Santos de Santana, de 10 anos, é uma das crianças que toda terça-feira faz parte das atividades educativas do Grumpap, que visa ensinar os pequenos através de brincadeiras. Ao final do tour, ele disse que o passeio foi além do que imaginava. “O que mais gostei foi de conhecer Lázaro Ramos e de conhecer partes do Pelourinho que eu não conhecia. Aprendi muito, ganhei um livro e ainda ouvi dele para seguir meu sonho, que é de ser professor ou jogador de futebol”, relatou.

Alcino dos Reis Amaral e Thiago Sereno, representantes do Instituto RioMemóriaAção, enfatizou a relevância de conectar as crianças aos locais de memória negra das cidades. “Quisemos trazer essa dinâmica e pensar nas rotas do Atlântico e estabelecer as conexões entre a Pequena África e os territórios negros Brasil afora para perceber como a história local pode se conectar com outras histórias, memórias e ancestralidades”, pontuou Alcino. “A ideia também foi trazer a ancestralidade de uma forma que a internet não apresenta”, completou Thiago.