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Deputado Binho Galinha segue foragido após ser alvo de mandado da PF

Nove pessoas foram presas em operação que investiga milícia

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Maysa Polcri

  • Millena Marques

Publicado em 1 de outubro de 2025 às 18:53

Binho Galinha, deputado estadual
Binho Galinha, deputado estadual Crédito: Agência Alba

O deputado estadual Binho Galinha (PRD) é considerado foragido da Justiça. Ele foi alvo de mandado de prisão na manhã desta quarta-feira (1º), no âmbito da operação Estado Anômico. Até o final do dia, o parlamentar ainda não havia sido encontrado. A informação foi confirmada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). 

Nove pessoas foram presas nesta quarta (1º). Entre elas, estão a esposa do deputado, Mayana Cerqueira da Silva, e o filho, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano. Ambos foram presos em 2023, e liberados pela Justiça em abril do ano passado.

As investigações apontam que o deputado é líder de uma organização criminosa envolvida em crimes de lavagem de dinheiro, jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada, comércio ilegal de armas e associação para o tráfico.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em endereços residenciais nas cidades de Feira de Santana e São Gonçalo dos Campos, além de um endereço comercial em Salvador. Mesmo sob medidas cautelares, o parlamentar manteve a liderança do grupo, utilizando empresas de fachada e “laranjas” para movimentar recursos, segundo a polícia. Quatro policiais militares também foram presos. 

Binho Galinha, deputado estadual por Agência Alba

A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 9 milhões em bens dos investigados e a suspensão das atividades de uma empresa usada para lavagem de dinheiro. A ação é um desdobramento da operação El Patrón, deflagrada em dezembro de 2023, que já resultou em denúncias do M-PBA contra 15 pessoas, incluindo o deputado e familiares. A defesa do deputado Binho Galinha não se manifestou publicamente até esta publicação. O espaço segue aberto. 

A reportagem apurou que um assessor parlamentar, identificado como Marcel Vieira de Santana, foi alvo de busca e apreensão em sua residência em Feira de Santana. Em nota, a defesa de Marcel reafirmou a inocência do investigado. "O investigado salienta que além de assessor parlamentar é empresário do ramo de sons automotivos e que nunca esteve envolvido em qualquer ação ilícita, sempre exercendo toda e qualquer atividade pautado pela ética e compromisso com a verdade e respeito às instituições", afirma. 

Os crimes

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (1º), o delegado da Polícia Federal, Geraldo Almeida, falou sobre o caso. "Verificamos que os investigados estavam praticando o comércio ilícito de armas de fogo, como também havia investigado associado para o tráfico. Há diversas razões que levaram ao decreto de prisão preventiva dos investigados", disse. Segundo ele, os detalhes não podem ser divulgados para não prejudicar as investigações.

O parlamentar foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), em fevereiro, como chefe de uma organização criminosa que atua na região de Feira de Santana há mais de uma década.

Em junho deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou os efeitos da operação El Patrón, que teve como alvo o deputado estadual. A decisão foi tomada pelo ministro Joel Ilan Paciornik, relator do caso. Porém, em agosto, uma decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), reverteu a decisão.

O desdobramento da operação, nesta quarta-feira (1°), acontece uma semana após a primeira audiência de instrução da operação El Patrón. 

Binho Galinha e Mayana Cerqueira da Silva, que foi presa em abril de 2024 por Divulgação

No dia 25 de setembro, quando estava prevista a última audiência de instrução, a sessão foi suspensa e remarcada para o dia 28 de novembro. A audiência foi adiada porque uma testemunha de defesa não pôde participar da sessão. A acusação indicou três testemunhas. Já a defesa do deputado indicou 77.

Quem é Binho Galinha 

Binho é natural de Milagres, no interior da Bahia, e foi eleito deputado estadual em 2022. O deputado recebeu o apelido após se mudar para Feira de Santana, segunda maior cidade do estado, onde trabalhou em um abatedouro de galinhas.

Essa não é a primeira vez que o deputado está envolvido em suspeitas relacionadas à milícia no seu estado. Em 2023, o parlamentar foi apontado como líder da quadrilha investigada pela operação El Patron, também da Polícia Federal. O grupo é suspeito de ligação com lavagem de dinheiro por meio do jogo do bicho, agiotagem, extorsão, dentre outros ilícitos.

Já no ano passado, Binho foi centro da operação Hybris, que também investigava uma milícia supostamente liderada pelo parlamentar. Na época, sua esposa, que já havia sido presa e colocada em domiciliar, voltou à prisão.

A operação foi realizada de forma conjunta pelo Ministério Público da Bahia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco); pela Polícia Federal, Receita Federal e pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), através da Força Correcional Integrada (Force) e da Corregedoria da Polícia Militar.

Em nota, a presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputada Ivana Bastos, disse que, assim que a Casa Legislativa for oficialmente notificada, adotará as medidas internas cabíveis, em observância à Constituição, às leis e ao Regimento Interno. Segundo ela, o Conselho de Ética será acionado para analisar o caso de forma objetiva.