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Carol Neves
Publicado em 25 de novembro de 2025 às 07:47
Jair Bolsonaro (PL) deixou passar, sem qualquer manifestação, o prazo para apresentar os segundos embargos de declaração no processo em que foi condenado por tentativa de golpe de Estado. O período para esse tipo de recurso terminou nesta segunda-feira (24), marcando mais um passo rumo ao trânsito em julgado da sentença. >
Os embargos de declaração são usados apenas para esclarecer pontos considerados omissos, contraditórios ou obscuros na decisão — e raramente modificam o resultado do julgamento ou reduzem penas. Com a ausência do recurso, o processo entra na fase derradeira.>
Bolsonaro foi condenado em setembro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial fechado, por liderar uma organização criminosa que tentou impedir a posse do presidente Lula e subverter o Estado democrático de Direito. Agora, cabe ao relator, ministro Alexandre de Moraes, declarar que não há mais o que ser discutido judicialmente, o que oficializa o trânsito em julgado e permite o início do cumprimento da pena.>
Jair Bolsonaro é preso no DF
Embargos infringentes são improváveis>
As defesas dos réus ainda podem tentar, até o fim da semana, apresentar embargos infringentes - um recurso com maior capacidade de alterar a condenação. Porém, o entendimento dominante no STF é de que esse mecanismo só é cabível quando há pelo menos dois votos pela absolvição, o que não ocorreu no julgamento da trama golpista.>
Na prática, Moraes pode rejeitar eventual tentativa de uso desse recurso e fechar o ciclo recursal de forma antecipada.>
O que vem a seguir>
Com o fim do prazo dos embargos e a ausência de manifestação de Bolsonaro, Moraes deve:>
analisar os recursos pendentes dos demais réus; >
descartar eventuais embargos protelatórios;>
e, em seguida, declarar o trânsito em julgado.>
Após essa etapa, a execução da pena pode ser determinada.>
Bolsonaro segue preso em outro processo>
Enquanto isso, Bolsonaro permanece detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde sábado (22). A prisão atual é preventiva, decretada por Alexandre de Moraes, após a PF relatar violação da tornozeleira eletrônica usada em prisão domiciliar e risco de fuga diante de uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro na porta da residência do ex-presidente.>
Segundo o ministro, os elementos sugeriam uma possível “estratégia de evasão”. A defesa nega tentativa de fuga e afirma que Bolsonaro estava sob efeitos de medicamentos que provocaram confusão mental e alucinações. A prisão preventiva é reavaliada a cada 90 dias.>