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Yan Inácio
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 16:28
A delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, esposa do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fernandes, fez pesquisas pelo boletim de ocorrência do crime antes da prisão do marido e confidenciou ao irmão que suspeitava de Renê, de acordo com investigação da Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais. >
A servidora foi indiciada por prevaricação, por supostamente não acionar as autoridades sobre o crime de Renê e por posse ilegal de arma, já que a arma usada no crime pertencia a ela. O empresário foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, ameaça e fraude processual. >
Empresário seguiu com rotina após matar gari
Segundo a investigação, a delegada descobriu que Renê estava envolvido no crime antes dele ser preso no dia 11 de agosto em uma academia em Belo Horizonte. O irmão da servidora disse em um depoimento anexado ao inquérito policial, que ligou para a irmã para falar sobre outro assunto e questionar se o carro que aparecia em uma reportagem sobre a morte do gari seria dela, de acordo com o Estado de Minas. A Corregedoria também apurou que Ana Paulo ligou para o marido 23 vezes entre o horário do crime e da prisão de Renê.>
Relembre o caso >
O crime aconteceu no último dia 11 agosto. De acordo com o relato de testemunhas, Renê exigia passagem na rua onde o caminhão de coleta estava parado. A motorista afirmou que havia espaço suficiente para a passagem, mas o empresário insistiu. Os garis tentaram intervir para acalmar a situação, momento em que o empresário sacou a arma e atirou, atingindo Laudemir. A vítima chegou a ser socorrida pela Polícia Militar e levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.>
Ele confessou ter cometido o crime no último dia 18, em depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A confissão ocorreu um dia depois de seus advogados comunicarem o abandono da defesa.>
A arma utilizada no crime passou por perícia e pertence à delegada. Ela é investigada pela Subcorregedoria da Polícia Civil por possível negligência na guarda do armamento. Após o crime, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu o bloqueio de R$ 3 milhões em bens de Renê e da esposa.>
A medida foi solicitada pela defesa da família de Laudemir e tem como objetivo garantir que os valores não sejam ocultados antes de possível indenização aos familiares da vítima.>