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Diretora do Fogo Cruzado critica megaoperação no Rio: 'Violência só muda de lugar'

Para a especialista em segurança pública a ação policial está longe de enfrentar efetivamente as facções criminosas no Brasil

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 22:03

Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro
Dezenas de corpos das vítimas foram carregados por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Mais de 120 pessoas morreram na megaoperação Contenção, realizada nesta terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a mais letal já registrada na história do país. A ação policial afetou o transporte público, a saúde e a educação da região, mas, para a especialista em segurança pública e Diretora do Instituto Fogo Cruzado, Cecília Olliveira, a operação está longe de enfrentar efetivamente o problema das facções criminosas no Brasil. 

Olliveira destacou o fato da facção criminosa Comando Vermelho (CV), líder do tráfico de drogas no Rio de Janeiro, estar há décadas em um processo de expansão para todo o país. A política de enfrentamento do estado e da União, segundo a jornalista, não tem conseguido lidar com as dimensões que o grupo conquistou e consolidou ao longo dos anos. “O CV e o PCC [Primeiro Comando da Capital] são resultados de um país que decidiu empurrar o problema da segurança pública para debaixo do tapete por mais de 30 anos”, criticou.

Barricadas em chamas em reação à Operação Contenção por Reprodução

A especialista apontou caminhos para o enfrentamento que não inclui a morte de pessoas em massa. “Combater o crime exige outra lógica. A gente precisa atacar fluxos financeiros e patrimoniais, fortalecer corregedorias independentes, combater a corrupção dentro do Estado. Sem isso, as ações apenas deslocam a violência de um lugar para outro, e o ciclo continua rodando”, apontou.

Somente nesta quarta-feira (29), mais de 100 linhas de ônibus deixaram de circular; escolas e postos de saúde permaneceram fechados, e há relatos de moradores feridos por balas perdidas, entre eles, uma mulher atingida dentro de uma academia e um homem em situação de rua.

Segundo a Polícia Civil, a operação foi resultado de mais de um ano de investigação. Mandados de busca, apreensão e prisão foram expedidos pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A ação contou com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e teve como objetivo principal prender lideranças criminosas e conter a expansão territorial do Comando Vermelho no estado e em outras regiões.

Os complexos do Alemão e da Penha abrigam 26 comunidades sob domínio da facção.

O último balanço divulgado pelo governo do estado do Rio de Janeiro registra 119 mortes na megaoperação realizada nesta terça-feira nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da cidade. Já o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) diz que são pelo menos 132 vítimas.

Em entrevista coletiva na tarde desta quarta, o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, informou que 115 mortos são civis e quatro, policiais. Também foram feitas 113 prisões, e dez adolescentes foram encaminhados a unidades socioeducativas.

Tags:

rio de Janeiro Polícia Megaoperação