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Maysa Polcri
Publicado em 22 de novembro de 2025 às 14:18
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reagiu à prisão preventiva do pai Jair Bolsonaro (PL) em uma live com seguidores na tarde deste sábado (22). Em tom de revolta, o filho do ex-presidente disse que Bolsonaro é alvo de perseguição religiosa e política, leu a Bíblia e pediu orações aos apoiadores. >
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso neste sábado (22) após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A detenção é preventiva. Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde ficará em uma sala de Estado, espaço destinado a autoridades.>
A determinação pela prisão do ex-presidente ocorreu um dia depois de o senador Flávio Bolsonaro convocar apoiadores para uma vigília em frente ao condomínio onde Bolsonaro mora. Durante a live, o filho do ex-presidente afirmou que a prisão de Bolsonaro após a convocação é um ataque à religião. >
Segundo ele, o objetivo da vigília não é convocar Exército ou Forças Polícias para qualquer tipo de manifestação que não seja pacífica ou religiosa. O senador Flávio Bolsonaro leu trechos da Bíblia para justificar a utilização do termo “Senhor dos Exércitos” no vídeo em que chamou os apoiadores para a vigília.
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"Não vão calar, não vão silenciar esse movimento. Eu estou vendo muito claro, pela decisão esdrúxula, usar um filho para tentar culpar pela prisão do pai. Nunca falei que sou candidato a presidente da República. Querem enterrar todos os Bolsonaro vivos?", disse o filho do ex-presidente. >
"Vamos seguir lutando para fazer a tua vontade, Senhor. Compreendendo que cada passo que acontece aqui, a cada dia que nós enfrentamos essas dificuldades, fazem parte de um plano maior do Senhor para a nossa nação. É a fé que eu tenho", falou Flávio Bolsonaro.
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Uma tentativa de Jair Bolsonaro de romper a tornozeleira eletrônica durante a madrugada deste sábado (22) foi um dos elementos decisivos que levaram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a converter a prisão domiciliar em prisão preventiva. >
Decisão de Alexandre de Moraes
O equipamento registrou violação às 0h08, segundo o Centro de Monitoramento do Distrito Federal - sinal, para o ministro, de que o ex-presidente pretendia fugir “facilitado pela confusão” gerada por apoiadores. Bolsonaro foi preso e levado para uma sala da Polícia Federal.>
A decisão, tomada poucas horas antes do amanhecer, afirma que a ruptura da tornozeleira se soma a uma “estratégia de fuga do distrito da culpa” em meio à proximidade do trânsito em julgado da condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes ligados à tentativa de golpe de Estado. A imprensa já noticiava que Bolsonaro deveria ser preso para iniciar cumprimento da pena em regime fechado na semana que vem.>
No documento, Moraes aponta que a “vigília” marcada por Flávio Bolsonaro para a noite deste sábado, em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar, foi planejada para criar tumulto, obstruir a fiscalização policial e abrir brecha para uma possível fuga. >
O ministro transcreve trechos do vídeo do senador, que convoca apoiadores para “lutar”, fala em “trevas”, “ditadura”, “resgatar o Brasil” e acusa o STF de perseguir inocentes. Para o relator, o discurso repete o “modus operandi da organização criminosa” que atuou nos atos golpistas de 2022 e estimulou acampamentos ilegais em frente a quartéis.>