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'Pseudopatriotas' agem de forma covarde contra o país, diz Moraes após sanções dos EUA

Ministro disse que processo sobre tentativa de golpe seguirá de forma transparente e que Justiça "não está à venda"

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 1 de agosto de 2025 às 11:50

Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes Crédito: Antonio Augusto/STF

Na retomada dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta (01), o ministro Alexandre de Moraes fez um pronunciamento contundente contra o que classificou como uma organização criminosa formada por brasileiros foragidos no exterior. Segundo ele, o grupo atua de forma articulada para pressionar o STF a interromper o julgamento da Ação Penal 2.668, que trata do núcleo central da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

De acordo com Moraes, as ações desses indivíduos representam “traição covarde e traiçoeira à pátria” e incluem manobras para “submeter o funcionamento deste Supremo Tribunal Federal ao crivo de um Estado estrangeiro”. Em sua fala, o ministro destacou que a ofensiva inclui a tentativa de provocar sanções econômicas contra o Brasil, como as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas pelos Estados Unidos.

“Essas coações, essas tentativas de obstrução à Justiça realizadas por esses brasileiros, supostamente patriotas, a favor de interesses estrangeiros, têm uma única finalidade: sufocar o devido processo legal e favorecer interesses espúrios”, afirmou Moraes.

As investigações da Polícia Federal e as ações da Procuradoria-Geral da República, segundo ele, confirmam que se trata de uma ofensiva coordenada, com atos hostis e negociações espúrias, cujo objetivo é gerar instabilidade econômica e social, enfraquecer as instituições democráticas e beneficiar réus das ações penais em curso.

Moraes também destacou que um dos investigados, se referindo a Eduardo Bolsonaro, chegou a ameaçar diretamente os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, condicionando o fim das tarifas à aprovação de uma anistia, considerada inconstitucional, ou à abertura de processos de impeachment contra ministros do STF. “Ameaças aos presidentes das casas congressuais brasileiras sem o menor respeito institucional, sem pudor, sem vergonha, em explícita chantagem”, disse.

O ministro comparou o cenário atual com o que ocorreu nos meses que antecederam os ataques de janeiro de 2023, mencionando os acampamentos em frente a quartéis e a invasão da Praça dos Três Poderes. “O modus operandi golpista é o mesmo”, apontou.

Em defesa do andamento dos processos, Moraes rejeitou qualquer acusação de arbitrariedade e ressaltou a transparência dos julgamentos. Segundo ele, 96 advogados estão habilitados nos autos, 149 testemunhas de defesa foram ouvidas, além de acusação e 31 réus interrogados. Todos os atos, afirmou, foram públicos, gravados em áudio e vídeo, transmitidos ao vivo pela TV Justiça e abertos à sociedade.

“Não houve no mundo uma ação penal com tanta transparência e publicidade como essa”, afirmou o ministro. Para ele, o que está em curso é uma tentativa de substituir o processo legal por um “tirânico arquivamento imediato”.

Ao finalizar, Alexandre de Moraes reiterou que o STF não aceitará nenhum tipo de coação. “A soberania nacional e a independência do Judiciário não estão à venda”, reforçou.