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Carol Neves
Publicado em 24 de julho de 2025 às 10:08
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (24) não converter as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão preventiva, apesar de reconhecer uma violação pontual das regras estabelecidas. >
Segundo Moraes, houve um descumprimento isolado da determinação que proíbe Bolsonaro de usar redes sociais, diretamente ou por meio de terceiros. A infração motivou um pedido de explicações da defesa, feito na última segunda-feira (21), após suspeitas de que o ex-presidente estaria contornando a medida por meio de entrevistas ou aparições públicas com conteúdo posteriormente compartilhado on-line.>
Na resposta às alegações da equipe jurídica de Bolsonaro, Moraes declarou que, "por se tratar de irregularidade isolada" e diante da afirmação da defesa sobre a "ausência de intenção" em descumprir as medidas, optou por manter as restrições já aplicadas. No entanto, deixou claro que novos episódios de desrespeito resultarão em prisão preventiva imediata.>
Jair Bolsonaro
O ministro também reforçou que Bolsonaro não está impedido de conceder entrevistas nem de participar de eventos públicos ou privados, desde que respeite os horários e limites impostos pelas medidas cautelares. O problema, segundo Moraes, é quando esses discursos e entrevistas são usados como meio indireto de driblar a proibição de presença nas redes sociais.>
"A decisão deixou claro que não será admitida a utilização de subterfúgios para a manutenção da prática de atividades criminosas", escreveu Moraes, referindo-se ao uso de material de entrevistas e falas públicas como conteúdo previamente coordenado para publicações nas redes sociais de terceiros.>