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Carol Neves
Publicado em 22 de outubro de 2025 às 07:35
O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou o acórdão de quase 2 mil páginas da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quarta-feira (22), abrindo o prazo para a defesa dele e outros sete condenados por tentativa de golpe apresente recursos contra a decisão da Primeira Turma. >
Os advogados têm cinco dias para protocolar embargos de declaração, instrumento jurídico usado para esclarecer pontos considerados contraditórios ou pouco compreensíveis nas decisões judiciais. Embora raramente modifiquem o resultado, esses embargos podem levar a ajustes nas penas.>
A partir daí, não há data definida para que o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, analise os pedidos. Ele pode tomar decisões individuais, submeter os recursos ao colegiado ou pedir manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de um novo julgamento.>
Bolsonaro e seus filhos
Na prática, isso significa que a prisão de Bolsonaro e dos demais réus não será imediata. No Supremo, a expectativa é de que os recursos sejam apreciados até o fim do ano, segundo apuração da TV Globo. A execução das penas só começa após o fim de todas as possibilidades de recurso.>
As defesas também devem tentar o chamado embargo infringente, que pode alterar o resultado do julgamento. O STF, porém, só admite esse tipo de recurso quando há ao menos dois votos pela absolvição - e, nesse caso, apenas o ministro Luiz Fux votou a favor dos oito acusados. Mesmo assim, os advogados afirmam que insistirão na tese.>
A defesa do ex-presidente deve questionar o papel de liderança atribuído a Bolsonaro, que resultou na maior pena do grupo: 27 anos e 3 meses de prisão, sendo 24 anos e 9 meses de reclusão e 2 anos e 6 meses de detenção. Para os advogados, não ficou comprovado que o grupo agiu de forma armada, o que teria influenciado no aumento da punição.>
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, mas por outro inquérito, que investiga suposta interferência do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nas apurações sobre o golpe. Na ocasião, Moraes apontou risco de fuga do ex-presidente.>